segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Minha essência

O texto todo fiz em 5 minutos na minha cabeça e aqui vou tentar remontá-lo.

Tenho pensamentos agora naquele que me ensinou o que era o amor, do seu jeito mais puro e intenso.
Daquele que me ensinou a rezar sentindo o poder de cada palavra, falando com o coração, e é assim que faço todas as noites até hoje; daquele que enfrentou os piores pesadelos de um ser humano de cabeça erguida e ainda ensinando aos outros com sua atitude positiva e um sorriso no rosto.

Daquele que hoje, é a personificação de tudo o que eu queria ser, ou talvez do que eu realmente seja por traz dos meus traumas, medos e angústias.

Essa pessoa me mostrou o significado da amizade, do amor ao próximo, do respeito sem limites e do amor legítimo. Lá, o camarote da balada era os troncos de madeira ao redor de uma lareira, o DJ famoso era algum amigo tocando no violão, os carros importados davam vez para um fiat uno, as marcas de roupa eram um detalhe, tudo isso dando lugar para o luxo valorizado, ser o nascer de um novo dia, uma nova esperança, uma manifestação da natureza e das forças de Deus em nossas vidas.

Sinto gratidão por ter sido escolhida para fazer parte dessa história que enche meu coração todos os dias, porque é impossível desvincular a mulher de hoje com àquela que nasceu tão jovem.

Hoje, quase 10 anos depois ainda me emociono com tudo isso. Meu fugere urbem em tempos de crises pessoais é retomar ao passado, aos valores aprendidos e àquela que enxergo ser o melhor de mim, a minha verdadeira essência.

As saudades sempre vão existir. Passe o tempo que for.

"(...) Você surgiu e juntos conseguimos ir mais longe, voce dividiu comigo a sua história e me ajudou a construir a minha (...)"

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Arrumando a casa


Resolvi arrumar a casa. Dentro e fora de mim. Esse era um padrão para as ferias ou para os tempos de fim de ano se assim posso dizer. 

Mas esse ano foi diferente. Repeti o processo de arrumação e de doar coisas antigas alguns pares de vezes...rompi um padrão. 

Não que me sentisse suja ou bagunçada, mas a quantidade de mudanças na minha vida fez com que eu sentisse necessidade disso. 

Quase uma catarse, uma necessidade de resgatar minhas origens...talvez em busca de algum tipo de conforto...de ter a certeza que pelo menos algumas coisas que eu gostava ainda estavam lá, apesar de outras terem partido e me quebrado por dentro. 

Para encerrar o ano, resolvi pintar meu quarto e com isso o guarda roupa entrou na dança. Tive que tirar tudo até o ultima peça de roupa de dentro dele para que eu pudesse arrastar, lixar...pintar ...limpar. 

Nesse processo, fui obrigada a tocar em cada coisa que estava guardada. Abrir os envelopes antigos, redobrar as roupas que foram presentes de pessoas queridas, ver cartinhas trocadas na adolescência. 

Inevitável que depois de quase 3 dias intensos de trabalho, o cansaço não se misture com uma pitada de saudosismo devido ao contato com todas as lembranças e emoções que senti durante todo esse processo. 

No final do domingo (ontem) estava esgotada mental e fisicamente. Vi quanta coisa mudou na minha vida, quantos desapegos e vitórias eu conquistei, quantas amizades que há anos não tenho contato, mas que ainda assim eu (somente eu e não o outro) me preocupo em ainda fazer algum tipo de contato para manter algum laço. Talvez seja bom para mim ... Talvez seja em vão. Porque aquelas pessoas que realmente importam terão com certeza suas lembranças guardadas e nem se quer entraram na berlinda do "esse fica" ou "esse é lixo". Isso vale para tudo sentimentos, relações, rancores, amizades e também para os bens materiais (podendo ser ele apenas uma tampinha de coca cola que represente alguma coisa, que só você vai entender... para os detalhistas, isso fará algum tipo de sentido). 

Bom, e no final de tudo encerrei o domingo deixando as lágrimas que ficaram represadas atrás dos meus olhos todos esses dias se libertarem. Um misto de felicidade por ter concluído a minha meta, de frustração que senti a cada momento em que alguma parte da pintura estragava depois de tanto trabalho, do cansaço físico em tirar tudo de lá, preparar para pintura, lixar/esperar/pintar (processo que se repetiu 7 vezes), do esgotamento até o meu limite mental (não basta tirar tudo do lugar, tem que arrumar) e por fim, chorei de saudade, saudades das pessoas que representam a minha vida e por uma lei natural da vida não estão mais fisicamente presentes. 

Chorei incondicionalmente, como um bebe na colo da mãe. E você pode pensar: "que menina maluca, arruma o quarto e chora". Sem fazer drama, apenas tente entender o meu momento catarse que estou abrindo com vocês, ao ver a história da minha vida passar por entre meus dedos, principalmente depois de um ano como esse. 

E hoje, ao acordar e me deparar com tudo limpo, novo e quase 100% em ordem me sinto uma nova pessoa. 50 kilos mais leve e livre de um monte de lembranças que só estavam empacando minha vida (de um jeito quase imperceptível, mas que de um jeito ou de outro ainda estavam lá).

Convido você a fazer o mesmo, o resultado é impressionante. 

Espero voltar até o dia 25 de dezembro e postar o tradicional texto de aniversário / fim de ano e apresentar as minhas conclusões do que passou e vontades para o 2014 que vem por aí. 
Até lá. 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O que estou vendo da vida...


Nossa! Quanto eu cresci em 6 meses.

Acho que fiquei um tempo reclusa justamente para conseguir desfrutar e maturar tudo o que estava vivendo. Caso contrário as palavras sairiam "verdes" se fossem colhidas antes do tempo da minha boca.
Vim aqui falar que minha vida mudou um bocado e como isso aconteceu. Redescobri o que é trabalhar no que gosto puramente, sem ter que me preocupar com desfile de moda do dia a dia, ou com o julgamento dos falso colegas. Redescobri o que é sair cedo do trabalho e ver que ainda existe a vida a espreita para ser vivida depois do expediente.

Descobri o que é sentir saudades de um avô, de saber que podia amar ainda mais e, incondicionalmente os que aqui ficaram.
Descobri que cuidar da minha vida, vale mais que encaminhar um último e interminável email cobrando alguma pendência.

Coloquei metas de saúde que achava que nunca atingiria sem ser radical e tirei de letra em menos de 3 meses. Tornei-me uma pessoa com um estilo de vida muito mais saudável do que eu já tinha.

Reaprendi a conviver com gente do bem e que quer me ver feliz. Consegui me livrar da gastrite nervosa, da insônia que tanto me perseguia, das tabelas que desenhava nos meus sonhos e dos "to do" intermináveis que martelavam madrugada adentro pelo meu quarto. Consegui me livrar do esboço de "casca grossa" do mal, que estava começando a se aproximar de mim. E o melhor, em menos de 6 meses voltei ao meu eixo.
Consegui me reorganizar em todos os setores da minha vida. A sorrir de verdade. A não viver presa no relógio crível e invisível da minha consciência cheias de tarefas a serem executadas.

Aprendi a esperar até que a hora de conseguir escrever desaflorasse e se manifestasse por minhas mãos e mente inquieta. Em outros momentos aqui registrados, achei que esses momentos de "silêncio" poderiam remeter até mesmo à alguma deformidade do meu eu. Quando o que estava fora de forma era o meu juízo e amor próprio à minha vida.

Passei a dividir um quarto com uma senhora de 85 anos, que se parece tanto comigo e que costumo chama-la de minha avó, ou melhor, minha belezinha. Observo o quanto ingênuo e indefeso nos tornamos nessa idade. O quanto maravilhoso, genuíno e sem esperar nada em troca é o amor da minha mãe por ela, em ajudá-la incondicionalmente, todos os dias, desde o abrir dos olhos.

Reaprendi que a vida está aí para ser vivida, os riscos para serem desafiados e os objetivos para serem conquistados.
Novamente minha mente inquieta, fez com eu concluísse meu curso de professora em 2012 e nesse ano já tivesse a interminável energia para iniciar um projeto completamente desconhecido para mim, que envolve o amplo crescimento profissional e também desafia-me emocionalmente, todos os dias.

Comecei a confiar em pessoas que não eram tão próximas e a aprender com elas. Passei a colocar em questão alguns valores e desconfiar de quem estava ao meu lado, e para a minha surpresa, meu sexto sentido não me decepcionou. Passei a praticar a meditação aplicada à medicina milenar da acupuntura, mas acredito que apenas tenho conseguido tirar o melhor proveito disso, por me sentir preparada e capacitada para tal.

Refresquei na minha memória que a liderança, os bons exemplos e uma postura exemplar, se tornam referência de vida, desde que conduzidos com gentileza e serenidade. Caso contrário todas as paredes de sua imagem sempre serão  construídas de vidro.

E é com base na gentileza que pretendo lidar com todos os projetos que encaro nesse 2013.




terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Indiferença


''Pode parecer imaturidade, impulso ou ainda desapego. Mas hoje, é por esse caminho que vou.''

Acho que indiferença é um dos caminhos mais agressivos para seguir nos relacionamentos interpessoais.

Quando você assume essa postura, você tem que ser firme de ir até o fim. Um único deslize pode colocar seu plano perfeito por água abaixo. Com o passar dos anos, você aprende a se adaptar na montanha russa da vida, tem coisas que te agradam, outras que você apenas suporta e outras ainda intoleráveis.

Mas o que fazer quando diversas coisas que antes transitavam na faixa dos adoráveis ou suportáveis passam a ser em disparada intoleráveis?

Hoje vou tentar a metodologia da indiferença. Vamos ver no que dá.
Isso significa que independente do que acontecer, nada poderá me tirar do eixo. Vou me manter focada em manter meu equilíbrio emocional para assim passar essa fase, de forma indiferente.

A intolerância pode surgir diante de várias situações. Ser indiferente a elas, não significa que eu não vá enfrentá-las ou ainda que eu esteja tapando o sol com a peneira. Apenas é uma outra perspectiva para não deixar que fatos exteriores me agridam.

Você pode não tolerar mais a vida que leva, a falsidade de um amigo, o mau humor de um chefe, as atitudes de um namorado, o metrô cheio de São Paulo, a grosseria das pessoas que nos cercam (...)
A intolerância pode aparecer até para os mais controlados e isso meu amigo, não significa descontrole, apenas mostra que você está exercendo sua função: vivendo, sentindo e sendo afetado pelo fenômeno chamado vida.

Aplicar a técnica da indiferença, pode te ajudar a enxergar as coisas de outra forma, te ajuda a acalmar os ânimos, a não ter picos de stress, insegurança ou até mesmo raiva que comumente sentiríamos diante dessas situações. Faz bem para a saúde. 
E que qualquer um dos sentimentos acima, muito provavelmente te levariam para caminhos errados.

Se é fácil? Com certeza não, mas uma pitada de sangue frio e uma colher de amor próprio caem bem de vez enquando.

Por que você não experimenta?
Depois conto como tudo se desenrolou.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

2013


Queria estar de férias, não para viajar, mas para arrumar a casa, tirar a poeira, jogar coisas fora e deixar que a energia nova entre na minha vida!

Passei o primeiro semestre de 2012 planejando minha viagem ao Canadá, viajando e contando como foi. Pelo fato de tudo ter sido tão intenso, achava que a segunda metade do ano seria apenas a extensão do pós viagem. Não tinha planos, nem expectativas para novas e boas emoções.

Acontece que a vida é uma caixinha de surpresas e nos traz situações na vida que nem imaginamos. Faz com que o sapato que você calçava há tempos, passe a apertar seus calos e a não te servir mais. Faz com que você busque o novo.

No segundo semestre de 2012, que antes estava sem expectativas, foi cenário de muitas mudanças. Passei a confiar mais em mim, passei a fazer aulas com um mestre da comunicação, troquei de academia, mudei minha rotina, criei uma fan page para divulgar vagas na área de comunicação, ativei fortemente minha rede de contatos, mudei o corte de cabelo, mudei de emprego, fiz novas amizades, conclui meu curso de professora do futuro, fui banca de tcc, perdi pessoas que amava.

Emoções que juntas fizeram a diferença.

Aprendi, nos últimos longos três meses, que devemos sempre pedir à Deus o que é melhor para nós, e não o que queremos que seja realizado.
Aprendi ainda mais como devo me portar em diferentes situações, consegui acompanhar as mudanças de mercado, questionei-me sobre meu futuro profissional.

Refleti e questionei a frase: por que a grama do vizinho é sempre mais bonita? Por que não damos o devido valor para o que temos, sempre as roupas novas são mais lindas e as suas as ultrapassadas, as férias dos outros são melhores, o namorado da outra é mais carinhoso, as outras amigas mais divertidas, o dinheiro do amigo rende mais.

Mas quando você para pra pensar, percebe que o problema não está nas pessoas terem ou serem mais que você, e sim no peso que damos em valorizar o do outro e não o nosso.
É por isso que deixamos de dizer para quem amamos nossos sentimentos, é por isso que gastamos os tubos em roupas novas, engolimos sapos para estar ao lado de gente que julgamos importante, mas não suportamos, é por isso que queremos estar sempre mais bonitos. Ou seja, tudo para os outros e não para nós.

Imagine se todos esses esforços que colocamos na nossa imagem relacionada aos 'outros', fossem voltados apenas em nos fazer feliz, atingindo o sentido mais literal da palavra? Garanto que seríamos muito, muito mais felizes.

Sensação indescritível eu senti ao estar no lugar que planejava, do jeito que planejava, sensação ótima senti de ter terminado meu curso de professora, de ter pago com a ajuda dos meus irmãos um cruzeiro para os meus pais, sensação de alívio em senti ao ter ensinado meu avô a dizer que me amava e que ele não ficasse tão fechado quando ouvisse isso de mim.

Sensação ótima eu senti em ver mais um ano passar.
Que comece 2013.

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Meu aniversário!

Por mais de 7 anos eu tive diários, bem coisa de menina mesmo onde podia colocar o convite da festa com uma foto do lado.
Em todos e como é de costume da minha escrita, descrevia minuciosamente o que tinha acontecido. As vezes era necessário usar códigos para me proteger de possíveis espiões. Realmente guardava grandes segredos.

Hoje, dia do meu vigésimo sexto aniversário, voltei nesses diários de uma forma saudosista e para fazer uma reflexão.

Todas as páginas começam com "Bom," e aí sim eu inicio minhas histórias. Hoje farei o mesmo, só que aqui, meu diário moderno.

"Bom, 25 de dezembro e hoje estou completando 26 anos. Não acredito que já estou tão "velha" assim. Brincadeirinhas a parte, sei que sou uma jovem mulher, mas também sei que a cada ano me afasto dos 18 e me aproximo dos 30. A velocidade me assusta.

Sou extremamente metódica, não gosto muito de mudar os padrões, as coisas sempre ao meu redor têm que funcionar com a mesma dinâmica. Caso contrário, fico fora do eixo. Apesar de ter trabalhado quase 4 anos em agências de publicidade num ritmo e instabilidade alucinantes, ainda estou trabalhando esse meu lado certinho.

Bom, o fato é que nesse ano resolvi mudar, mudar a partir de hoje, do meu aniversário.

A começar pelo meu bolo de aniversário. Minha mãe sempre faz maravilhosamente o meu bolo, sempre de chocolate com trufas. Esse ano será com recheio branco de nozes - um grande passo Carolaine! Parabéns!

Outro ponto é que passarei sem o meu avô materno. Sei que ele está lá em cima me guiando com seus lindos olhos azuis e controlando cada passo meu. Apesar de sentir ele, é muito estranho não ter ele do meu lado. Infelizmente não escolhi que fosse assim, mas decidi aceitar.

Estou de casa nova no emprego. Isso me dá um gás e se assim posso dizer, uma instabilidade gostosa em não saber o que me espera no próximo dia de trabalho. Mas tenho certeza que será ótimo.

Consigo enxergar como se estivesse vendo de fora, o quanto já vivi e amadureci nesses anos. Deus me deu um fardo especial para carregar que me fez amadurecer mais rápido. Achei que havia cumprido minha missão aos 18 anos, mas hoje, passados 8 anos de tudo o que aconteceu naquela época, percebo que meu fardo foi muito além de estar ao lado de quem precisava de mim, mas sim conviver comigo mesma e com uma profunda história para o resto da vida. Uma história que não imaginava que iria me marcar e mudar minha forma de encarar o mundo.

Em 26 anos, estive sempre na mesma escola e na mesma faculdade, mudei de emprego por 5 vezes, mudei de namorado, nunca mudei de casa, trabalhei muito (muito), fiz a graduação que sempre sonhei, fiz um intercâmbio, tomei inesquecíveis banhos de cachoeira que sempre renovaram minhas energias, fiz uma tatoo para minha família, fiz 10 anos de teatro, conheci a cidade toda, viajei pelo Brasil, li muitos livros, estudei muito, pela contagem no facebook, conheci mais de 1.500 pessoas.

Casei meus primos, irmãos e amigos. Estabeleci minhas amizades. Peguei a malícia da vida, fiquei com a casca grossa como diria um chefe que tive.
Mas o principal, me orgulho de não ter me contaminado com as sujeiras que existem por aí.

Nesse aniversário-natal, não quis mandar meus votos proativamente para todos os meus amigos. Hoje vou esperar que eles o façam. Hoje é o meu dia.

E o mais importante, eu me sinto diferente. Me sinto forte para enfrentar mais um ano de muitos sorrisos, frios na barriga, incertezas, decepções, alegrias, angústias, ansiedades, decepções e principalmente a vitória.

Vitória por vencer mais um ano nesse mundo cruel, vitória por conseguir enxergar a felicidade nas pequenas coisas e não se deixar contaminar pela falsidade e ignorância que nos cerca.

E isso faz com que eu seja como sou. Dotada de um coração enorme, uma capacidade intrínseca de ajudar os outros, um senso de humor peculiar e uma maneira menina-mulher de enfrentar os desafios da vida.''

Espero continuar assim.
Parabéns para mim!!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Boa noite cinderela?


Tive um dos sonhos mais bizarros da minha vida.
Sonhei que tinha ido numa balada só para mulheres que gostavam de mulheres. Logo na entrada, tomei um café cor de caramelo. Aquele era um café tradicional da casa, era especial. Apenas não sabia como.

No dia seguinte, acordei achando que era um dia normal. Sem me lembrar de absolutamente nada, levantei para fazer a rotina diária da manhã e encontrei na cômoda do quarto um envelope grande cheio de fotos impressas num papel cartão, do tamanho de um A4.

Para minha surpresa, eram todas minhas.

A primeira eu estava com os cabelos ondulados, com uma flor na orelha e com um sorrisão no rosto, estava em uma praia paradisíaca. No mesmo momento em que vi a foto, notei que meu cabelo estava com uma textura diferente, ou seja, estava bem ondulado e que não havia ido para a balada com este cabelo. Achei estranho, mas continuei vendo as outras fotos.

As outras todas, tinham muitas pessoas que eu nunca tinha visto na vida, apenas minha irmã. Eu parecia ser a protagonista da história. Fotos que iam desde a balada essa turma toda de divertindo horrores, subindo no palco, dançando todas juntas, fazendo caras e bocas, até fotos onde eu estava de biquíni nadando no mar, fazendo guerrinha de areia, mergulhando, brincando com as ondas (?!?). No verso, como se fosse um scrapbook, todas as fotos tinham dedicatórias dos meus novos amigos, no caso eram todos gringos. Pessoas que eu nunca havia visto na vida.

Surpresa com o que eu estava vendo, deixei de lado as fotos e procurei minha irmã pela casa. Olhei para ela e disse que não me lembrava de absolutamente nada. Ela estranhou, pois ela lembrava e de tudo. Esperava que ela fosse me dizer que era uma brincadeira e que as fotos não passavam de montagens...e não foi o que aconteceu.
Pela cronologia das fotos,  aquela noite tinha se estendido para mais 2 dias, ao lado dos meus novos amigos malucos. Como isso podia ter acontecido?

Eu não sabia de nada.

De repente, ao meio da confusão das fotos, lembro de estar ainda com o envelope nas mãos, porém dentro de um barco em alto mar, com toda a minha família. Todos pareciam estar muito felizes. Todos me agradeciam. Eu estava muito envergonhada, pois não fazia ideia do que estava acontecendo. Com as fotos nas mãos, fazia de tudo para esconde-las. Inclusive do meu namorado que não imaginava nada.

Andando pela grande embarcação, consegui entender que as pessoas estavam me agradecendo porque eu havia comprado aquele barco.

Ardendo de preocupação, fui questionar a minha irmã que me contou que eu havia ganho no cassino, na noite anterior. Fiquei feliz e triste ao mesmo tempo! Feliz pela minha capacidade em ter ganho na jogatina e triste por ter comprado apenas um barquinho (rs.).

Passei o tempo que tinha tentando desvendar o mistério que havia ocorrido, e o porque só me lembrava até a parte do bendito cafezinho na entrada ou seria um boa noite cinderela?

Por ser um sonho, obviamente não teve um fim esclarecedor.
Apenas me lembro que a embarcação apresentou problemas e tivemos que parar. 
Acordei. Com aquela sensação estranha que parece que estamos nos jogando num precipício e somos salvos pelo solavanco da realidade. 
Fiquei feliz pelo fato de minha consciência ter me levado para experiências tão loucas e ter me proporcionado uma espécie de ''se beber não case''.

Fica aqui registrado mais um relato dos meus malucos e adorados, sonhos. 

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Vinte dias

Vinte dias é o prazo médio para saber se as coisas irão ou não acontecer. Há controvérsias, mas há quem me dê razão.

Em 20 dias:
- Se o cara daquela entrevista não te ligar mais é porque já era;
- Se faltam menos de 20 dias para aquela viagem que você tinha que estar magrinho e você ainda não começou o regime, esquece;
- Se você saiu com o cara e depois de no máximo 20 dias ele ainda não te ligou, não vai mais ligar;
- Se nos primeiros 20 dias de academia você só foi duas vezes, sinto muito, mas você está jogando seu dinheiro fora;
- Se depois dos 20 dias tomando o remédio prescrito você já se perdeu nos horários, desencana, você não vai conseguir fazer o tratamento direito.
- Se depois de 20 dias você ainda não respondeu aquele email na sua caixa de entrada, já era! O dono das regras digitais deve estar se revirando por aí!
- Se em 20 dias vc não pagou aquele cafezinho que ficou pendurado, relaxe que ficou para o próximo;
- Se em 20 dias no trabalho novo você ainda não se localizou, você realmente precisa de ajuda!

Sei que muita coisa pode acontecer em 20 dias, inclusive em 1 minuto você tem, em linhas gerais, 60 oportunidades de sensações que podem ser despertadas no seu corpo. Desde o primeiro toque no filho que acaba de nascer, até preencher o cheque para compra da realização de um sonho.

Sou suspeita para falar de emoções, intensa como sou, AMO esmiuçar cada uma delas e me deliciar com as sensações atreladas a cada novidade/descobrimento. Os últimos 20 dias mereceram este destaque.
Brincadeiras e coincidências a parte, faltam menos de 20 dias para o fim do ano =)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Meu canto

Lembro o quanto gostava de um quarto que tive. A mobília e a disposição das coisas, me deixava feliz e segura. Para mim, era o meu cantinho, lindo, confortável e até mesmo feito por mim.
Tinha uma parede magenta, uma verde quase água. Tinha um móvel lilás de margaridas brancas e amarelas, tinha as marcações das minhas medidas de altura ao longo dos anos. Tinha uma escrivaninha azul e uma cadeira de diretor. Tinha um cantinho meu, com delicadezas e pequenisses que teimava em manter. Lembranças que de alguma forma, ainda me remetiam ao passado infantil, como anjinhos ou estrelinhas (...).

Aí, veio a copa de 2006 e com ela um curto circuito aqui em casa. Meu quarto pegou fogo. Nada que existia naquela época existe mais. Apenas alguns diários, fotos e lembranças. Depois de tudo resolvido, a nova estrutura do quarto fez com que eu tivesse que dormir com a cama virada para o outro lado. O que mudou completamente a minha vida.

De lá para cá, nunca mais consegui dormir bem. Deve ser porque muitas, mas muitas coisas aconteceram na minha vida. E, preocupada do jeito que sou, sempre quero ter o controle de tudo o que se passa (inclusive do que sinto e do que ainda não descobri), na palma da minha mão, o que de certa forma atrapalha o meu sono.

Esses momentos aqui no quarto, esses momentos de insônia, fazem com que eu reflita sempre e muito. Fazem com que eu questione TUDO. Minhas amizades, meus relacionamentos, minha imagem, minha profissão. Faz com que eu questione minhas atitudes.

Consigo criar uma linha do tempo, com a cronologia exata de como tudo acontece. Seus motivos, correlações e justificativas de o porque cada coisa está em seu lugar. A estrutura mais simples do quarto, sem tantos vínculos, permite que minha cabeça voe para onde quiser, sem ficar presa aqui nos bens do quarto.

Confesso que as vezes passo do ponto e varo noites apenas pensando. Passo mais um pouco e me pego fazendo lista de pendências do trabalho. Não quero que nada escape do meu controle. Nem um grão de areia passe entre meus dedos.
Entro num mundo que apenas eu entendo. É um mundo com algumas cicatrizes, um monte de histórias felizes, de valores que aprendi em casa e na rua, de sensações que já senti e outras que não passam de anseios e elucubrações.
Se antes o lugar (físico) era o que me confortava, hoje são apenas meus pensamentos.

O curioso é que simplesmente tenho a consciência de que nada disso adianta. Ok, as meditações muitas vezes nos colocam no lugar, fazem com que a gente equilibre a emoção e a razão para assim ponderar as atitudes. Mas de nada adianta tanto controle e ansiedade. Sendo que não temos controle sobre a vida. Nem sobre seu percurso, nem sobre as decisões que as outras pessoas tomam e nos frustam.

As vezes tenho vontade de ser mais desapegada, não a bens materiais, porque isso não sou mesmo, mas dos meus pensamentos.
Pois são eles que me movem, eles que me prendem em determinadas atitudes, que fazem com eu tenha esse jeito cuidadoso ao mesmo tempo rígido com as relações.

Tenho saudades do meu leve quarto colorido com margaridas brancas.
E fica aqui registrado mais um desses momentos.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O que te faz?

O que te impulsiona a ser forte para viver aquele amor, de forma incondicional súbita que te pega num soluço?

O que te faz invencível, atraente sedutor e com a certeza de todas as respostas ?

O q te faz dormir e acordar sorrindo?

O que te faz correr aos saltos pelo mundo, 
sem direção, sem controle nem pudor?

O que te faz virar a chave e muda seu humor?
O que te dá sentido para continuar vivendo?
O que te motiva a acreditar que um dia vai ser diferente?

O que te faz feliz?