terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Agora quero mais!

25/12/2011, comemorei 25 anos. Apesar de ver que me distanciei dos 18 e me aproximo cada vez mais dos 30, vejo o quanto o tempo fez bem para mim.
Ao final de mais um ano, fiz algumas reflexões sobre o que vivi. Alguns amigos puderam acompanhar pelo blog minhas semanas, mas teve muito mais.

O ano já começou com mudanças profissionais nos clientes que atendia, tive o prazer de conhecer gente nova, entender de um business diferente e fazer novos amigos. Dei um pulo de felicidade quando recebi a notícia que havia passado no curso Professor do Futuro. Ao longo do ano pude estar ao lado de profissionais maravilhosos que contribuíram para meu crescimento. Aulas, livros, alunos, chamadas e um mundo completamente diferente do que estava acostumada, lecionar (ou apenas tentar) é uma sensação inexplicável.

Mudei de emprego, conheci mais uma centena de pessoas, novos clientes, novos brilhantes superiores, outra rotina, situações fora da minha zona de controle. Aprendi a não lutar contra aquilo que fora colocado na minha frente e sim colocar essas situações a meu favor e aprender com isso.

Mergulhei no inglês, fiz uma tatuagem, estudei muito, conheci Mato Grosso, operei meu nariz, troquei de academia, li um monte de livros, fui namorada, filha, colega e principalmente amiga. Vivi momentos únicos ao lado da minha família, os quais aprendi e senti na pele as dores do amor, aprendi com essas experiências, vi lados do ser humano que ainda não conhecia, aprendi a dar conselhos que não sabia que sairiam da minha boca. Fui paciente, esperei os dias passarem e levarem a dor de quem amo embora. Surpreendi-me com o resultado final.

Ganhei primos novos e com eles sorrisinhos incríveis, brinquei com meus avós, amadureci o relacionamento com meus pais e irmãos.
Montei meu blog e colhi os mais lindos frutos. Gerei reflexões, recebi elogios e diferentes comentários. Aproximei-me de pessoas novas por conta das minhas opiniões e forma de interpretar a vida.

Chorei de tanto rir, chorei de cansaço, chorei de medo de perder, chorei de felicidade, tive frios na barriga que recarregaram minhas energias. Me arrepiei, dei sorrisos sinceros, sorri com os olhos (...), conheci o novo. Desfrutei um mundo de lindas emoções.

Nesse ano, vi que sonhar nos leva à mundos paralelos, permite que imaginemos diferentes fantasias. Faz com que nosso inconsciente realize os mais secretos desejos, num simples gesto de fechar os olhos e imaginar, levar seu corpo para longe e deixar a imaginação fluir.
O sonho tem o poder de juntar os fragmentos de uma realidade e transformá-los em uma história completa de significados e sentimentos. No final de 2010, ao fechar os olhos, sonhei com um mundo lindo. Fiz minha oração na passagem de ano desejando o que pudesse existir de melhor para mim e toda a minha família. E acho que conquistei tudo isso.

No final deste ano, todos os votos que recebi, retribuí em dobro, com a expectativa que ao emanar boas energias, elas voltarão para mim de forma positiva. E assim o ciclo continua, carregado de boas energias.

Aprendi, cresci e aprendi.
Assim defino esse ano. Crescimento e aprendizado. Um mundo de informações foi despejado em cima de mim todos os dias e dele me banhei. Agora quero mais.

Quero ir longe, quero me apaixonar sempre por tudo o que fizer, quero mais força de vontade. Quero mais lições, ensinamentos, aprendizados.
Quero ser fiel naquilo que acredito, quero ser coerente em minhas atitudes. Quero o amor que me faça forte e imbatível. Quero energias inesgotáveis, quero criatividade. Quero lindos textos, quero vontades. Quero a sede da juventude batendo na minha porta. Quero testar as mais distintas emoções. Quero a sensação de ser imortal.
Quero me transportar para todos os lugares que desejar. Quero emoldurar mais melhores momentos.

E como diz uma amiga, quero estar junto e transformar as saudades constantes em risadas frequentes.

Feliz 2012!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Pensamentos velozes.

A brisa batia na janela, fazia aquele barulho de madeira antiga se movimento contra o vento. Na varanda, o cachorro vira lata dormia todo esticado, era possível observar apenas seu tórax se movimentando.

O jardim de Monet estampado na antiga tela fixada na parede da sala, observava as flores do lado de fora, que brincavam com o ar e com as abelhas que vinham beijá-las.
O banco amarelo de madeira envelhecida, forrado com uma fina almofada branca que fora preenchida com a paina colhida na última estação, abrigava um corpo leve e quente.
Os chinelos descansavam lado a lado e tomavam conta dos redores. Pernas cruzadas.

Lá estava ela, sentada com seus cabelos loiros, longos e enrolados, um diário e uma caneta na mão. Não conseguia controlar os impulsos de sua mente que atravessava rapidamente entre todas as possibilidades.
Mente com pensamentos que corriam velozes entre as colinas, que pulavam todos os obstáculos, que pegavam carona numa canoa que passava tranquila e davam uma folga para tantas emoções, pensamentos que se esfriavam tomando um banho nas geladas águas da cachoeira.

Eram 3 horas da tarde, o chá estava pronto repousando ao seu lado. A fumaça vinha quente acariciar o rosto dela e instigar com seu cheirinho doce. Despertava uma inspiração mais profunda.
O caderno sem linhas, pois assim era possível escolher a proporção que cada palavra tomaria, começa a ser escrito.

Ela estudava as palavras exatas para expressar aquele sentimento.
Quase que escapava da mão a sensação de auto controle. Seus olhos brilhavam ao mesmo tempo que seu coração disparava apenas por pensar no que acontecera.
Esse misto de emoções era traduzido no papel, ela queria escrever para eternizar aquele momento, mais que isso, queria que as palavras tomassem vida sempre que relidas e proporcionassem a mesma sensação de bem estar sentida na primeira vez. Descarga de boas energias, que o corpo agradecera.

Anterior àquele episódio, muitas vezes ela imaginava como seria, mas seu juízo roubava-lhe o pensamento e obrigava-a a voltar com os pés para o chão.
Pensava no cheiro, na textura, no calor, no coração acelerado, na troca de olhares e no momento que as bocas iriam se encontrar. Para que pensar tanto se tal cena talvez nunca se concretizasse?

E então o grande dia.
De repente no palco só estavam presentes ela e ele. A lua cheia iluminava seus rostos e observava de longe o que acontecia, já sabia como aquele espetáculo iria se desenrolar.
Algumas caricias trocadas, palavras jogadas ao vento. Sentia que ficaria todo o verão remontando aquele dia, enquanto estivesse sentada em seu banco amarelo.

Naquele momento tocava uma música leve ao fundo e o cheirinho de dama da noite banhava o espaço.
Foi uma questão de tempo para que os corpos pudessem se aproximar, as mãos quase que geladas e meio trêmulas se tocassem e então os olhos já semi cerrados se fechassem por completo, dando vez para o memorável beijo.

O beijo. Perfeito, inesquecível, incontrolável, um misto de desejo e realidade, de proibido e fatalidade. Era inevitável. Apenas aguardava o tempo certo de acontecer.

Fim do primeiro ato.


quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Imaginar e Realizar!

Cheguei em casa e tive a sensação de estar fora há muito tempo. Como se tivesse feito uma longa viagem...
Apesar de ter passado um pouco mais que 24 horas fora, minha festa de fim de ano corporativa representou muito mais!

A estrada de terra me lembrou a viagem para Bonito - MS, a paisagem plana e verde amarelada trouxeram um conforto e sensação de distanciamento da cidade grande, o que foi ótimo!

O lugar era maravilhoso, piscinas, lagos, toboágua, bares e muito verde ao nosso redor com uma decoração incrivelmente linda! O sol veio nos convidar a colocar os biquínis e sungas e começar a festa!
Achei que o pessoal teria mais vergonha de colocar as barriguinhas para fora, quando vi, todos já estavam com uma cervejinha na mão e o corpinho molhado de cloro da piscina.

E lá ficamos por muitas horas! Presenças especiais no palco com dancinhas sensuais fizeram a galera dar boas risadas, "maionese" e a "nova loira do tchan" arrasaram no requebrado!

Alguns levaram aplausos por conta das curvas ou palhaçadas que chamaram atenção, outros se soltaram e se misturaram com pessoas que nunca haviam falado antes. Depois de uns bons drinks, criação, atendimento e produção já eram tudo a mesma coisa. O stress dos briefings e dos prazos apertados foram deixados de lado. Socialização e muitas risadas tomaram o seu lugar!
Valeu conseguir conversar com quase todo mundo e ver a turma envergonhada mais soltinha! De escorregar no toboágua, brincar na tirolesa e pular do 2º andar do catamarã! Perder os copos de prosecco dentro da piscina e brindar com os amigos.

A noite, o jantarzinho e preparativos para a festa começavam a aparecer. No salão, as bebidas eram preparadas cuidadosamente e as luzes testadas para que nada desse errado. Nos corredores, se ouvia uns gritinhos de quem ainda não tinha feito a pausa na bagunça, barulhos de chuveiro, secador e o perfume da galera já estava na área!
Até piscina quente rolou! Com direito a bombas d´agua e uma quase tentativa que alguém se rendesse ao "show your boobs", mas apenas os garotos o fizeram.

Dada a largada, a festa contou com a banda Viva Noite do Pânico, o presidente da República da Gandaia foi eleito e os drinks rolaram soltos!

No fim da festa, as piscinas tiveram novamente a oportunidade de receber alguns corajosos, que esqueceram o frio e lá se foram!

Acredito que cada um tenha vivido seu melhor momento, são aqueles minutinhos que você guardará para sempre.

Cada um quis uma coisa e se preparou para aquilo, um misto de desejo, magia e realidade misturados em diversão. Vontade de emoldurar alguns momentos com pessoas especiais para que fiquem registrados no meu baú de boas experiências.

Se cumpriu as expectativas? Acho que as superou.
Dizem que para que seja possível surpreender, é necessário fazer algo excepcional e acho que a viagem cumpriu esse papel!

Dedico esse texto a todos que fizeram dos meus primeiros 7 meses de Lew Lara uma experiência no mínimo excelente!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O melhor da festa é se preparar para ela!

Então chega o final do ano, as festas da fiiirma, os HHs com os amigos mais próximos, o natal com a família e o baladado ano novo com os amigos.
Depois de um denso ano de mudanças, trabalhos, discussões e muitos aprendizados, fico aliviada e satisfeita de ter chegado até aqui. Então, frente a essas festanças o que resta fazer, é me programar.

As vezes acho que sou otimista demais. Costumo ver o lado bom das coisas e acho que tudo vai acabar bem. Aliás, aprendi com um grande amigo: no final tudo sempre dá certo.
Voltei a malhar faz 3 semanas e como uma aluna aplicada, acho que vou fazer uma super revolução nas minhas pernas e ganhar uma hipertrofia invejável nos meus músculos. Detalhe, o prazo que me dei para isso acontecer é até o fim do ano. Quando o professor disse que a estimativa era de 4 meses, ri dele... agora entendo porquê. Claro, depois de 6 meses sem ir a academia, o mínimo que poderia esperar era que os meus glúteos doessem e não que eu virasse a Carla Peres.

As vezes a gente se engana...não ligo para marcas, para roupas chiques e nem para moda propriamente dita. Não sou a pessoa mais antenada do mundo sobre as tendências e fofocas do mercado. Conversando com o meu professor de inglês, ele me perguntou o que de fato eu gostava de ler por ai, respondi sem medo: adoro maquiagem, não gosto de ler sobre política, apenas faço para ter o mínimo de informação. Ele riu e disse que eu estava parecendo uma boneca de luxo falando, que gostava de coisas fúteis e glamour.

Não meus amigos, não é nada disso. Quem me conhece sabe que não sou bem assim. Nas últimas semanas assisti a muitos filmes sobre maquiagem, sempre achei que estava abalando com os looks de make up. Doce engano, comprei umas coisinhas para brincar e descobri que não manjo é nada.

Vejo a minha lisa e tonificada pele, ao mesmo tempo que maquio minha mãe e minha avó e vejo o qual desgastada a pele fica quando se chega aos 60 e 80 anos. Você passa um produto e a pele estica, como se fosse um grande pedaço de pano, porém com vida. As marcas de expressão tomam conta de você e minha amiga, são difíceis as maquiagens que escondam isso, sem causar um grande impacto.

Ao mesmo tempo penso que não é para tanto, que só tenho vinte e poucos anos (ainda) e que não preciso abrir mão do refrigerante e chocolate de todo dia para atingir uma barriga chapada!
Observo as meninas se matando por aí em busca do corpo perfeito. Compram remédios, fazem lipo, correm por horas, fazem massagens, e tentam modelar até o que é imutável. E não me excluo disso, nas minhas famosas e incansáveis sessões de eliminação de varizes, pelo menos, não sou tão crazy assim.

Parando de ser um pouco otimista ou vendo por um outro lado, imagina que curioso seria se no dia da famosa festa de fim de ano, a qual você tem se preparado tanto, caísse o maior temporal do mundo e os biquínis minuciosamente escolhidos não pudessem ao menos dar o ar da graça e se exibir na frente dos outros? Que chato, né? Será que vale mesmo tanto esforço em cima do culto ao corpo? Ou o que vale é o que se tem por dentro? Profundo? Que nada, coisa mais clichê da vida, porém verdadeira.

‘Tanto esforço por nada’, pensei rapidamente.
‘Isso foi mais um aprendizado’, pensei novamente.

Digo que é curioso porque no fim das contas, tendo 10 ou 20 celulites aparecendo, o resultado da festa será o mesmo. Depois da terceira caipirinha e já no meio da balada, todo gato é pardo.


Ahhh a festa, voltemos a falar sobre ela. Todas as elucubrações que são feitas, desde a espera do convite, a confirmação da presença, a escolha da roupa, a expectativa da decoração e até mesmo as surpresas de quem possa estar e como tudo vai acontecer, começam a existir. Essas perguntinhas, vão maestrosamente se encaixando na sua mente e gerando a famosa e-x-p-e-c-t-a-t-i-v-a. Que te levam para uma realidade paralela que mistura fantasia e realidade.
O místico e a mágica ação de se preparar para a festa, conduzem as células do corpo desde os menores estímulos até os frios, característicos na barriga.
Até mesmo os mais descrédulos se envolvem. Custam a admitir, sem confirmar presença ou demonstrar interesse por aquilo que foi cuidadosamente escolhido para te proporcionar algumas horas de satisfação,
A equipe da organização trabalha, vira noites e tenta por A + B fazer com que as contas fechem e seja possível encaixar tudo dentro do budget estipulado.

Bom, isso é apenas um pouquinho do universo feminino se preparando para uma festa.

Já os homens....corte seco. Para eles destino só algumas palavrinhas: praticidade, barba/cabelo/bigode e uma troca de roupa.

O que mais? ‘’Em cinco minutinhos me troco e tô passando aí’’.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Vestindo a camisa.


Percebo quando escuto pela segunda vez que já aprendi. Consigo rapidamente absorver a nova informação e ter o mesmo conhecimento que você, sem que para isso precise ser pior nem melhor.
Percebo que me sinto realmente mal quando me vejo diante de preconceito, seja ele de qual tipo for.

Sei ser educada e cumprimentar as pessoas quando sou visita, aprendi as palavrinhas mágicas ‘por favor’ e ‘obrigada’.
Aprendi que falar baixo é de bom tom, falar palavrão o tempo todo é feio. Aprendi a ser humilde e pedir ajuda quando não sei alguma coisa.
Aprendi a me dar valor, para que assim os outros possam me respeitar.

Sei que se magoar minha mãe, ela vai chorar e isso vai cortar meu coração, o que fará o dobro de mau a mim do que fiz a ela. Sei que se magoar meu pai, ele vai ficar em silêncio, um dos mais doloridos que já senti. Por isso aprendi a respeitar, a não gritar mais, apesar de ainda continuar um pouco teimosa.

Tive a sorte de ter um melhor amigo e uma melhor amiga morando no quarto ao lado, tendo o mesmo sangue e sobrenome que eu. Sorte de poder chamá-los de irmãos legítimos.
Acabei nascendo como caçula e com isso aprendi como são os homens e as mulheres no dia a dia, com idades próximas a mim. Mais que isso, tive referências que compuseram parte do meu caráter.

Ensinei meus avós (super fechados) a dizerem "eu te amo" quando é isso que eles ouvem da minha boca, me orgulho mesmo esse ensinamento ter vindo aos seus 85 anos.
Com meu jeito, fiz com que o clima lá em casa sempre fosse mais ameno. Rindo e lidando de um jeito leve com as provações que a vida me colocou, e olha que não foram poucas...
Aprendi a lutar pelo o que eu queria, a brigar pelos meus direitos. Sem que para isso precisasse passar por cima de ninguém, nem usar de nenhum tipo de artifício.

Então, aos 12 anos resolvi fazer uma tatuagem junto com a minha irmã. Buscávamos um símbolo que representasse nossa amizade. E então chegou o esperado momento. Defini que faria algo que representasse as pessoas que mais amo nessa vida e, que foram os responsáveis por literalmente tatuar meus princípios e valores, nas minhas atitudes, hombridade, educação e maneira de viver a vida.
Por minha família me apaixonei e aprendi o que era amar e respeitar incondicionalmente.

O desenho escolhido foi um triângulo com os três lados iguais, representando meus pais e meu irmão mais velho, embaixo está a data de nascimento da minha irmã (igual ela fez para mim há 1 ano).
O triângulo equilátero remete ao equilíbrio, é um dos únicos elementos da trigonometria que se você conhece dois dos lados, saberá como é o outro. E é assim que acontece na minha família.

Amo e dou valor, sei que é o que tenho de mais importante nesse vida. Por eles, literalmente visto a camisa.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mulher

‘’Ela sabe o que fazer quando quer chamar atenção.
É uma arma poderosa para conseguir o que quer, não apenas quando lança mão da sedução, mas quando mexe no cabelo, quando encosta sua mão macia, quando passa e deixa um cheiro doce e gostoso. A mulher é gentil, é madura. Se preocupa com os detalhes, é feminina no seu jeito normal de ser. Fascina sem querer e envolve com seu jeitinho atraente por natureza.’’

Começo descrevendo as partes do corpo e suas peculiaridades.
Lindos os pés quando estão bem cuidados, a escolha do sapato que faz a diferença e deixa transparecer sua personalidade.
Ao colocar um salto alto quando quer parecer mais imponente ou um sapatinho delicado para mostrar seu lado meigo, até mesmo o tênis entra no jogo para revelar a preocupação com a saúde.

Pés no chão? Nem sempre. Algumas mulheres vivem como se estivessem pesando em nuvens de marshmallow. Não se preocupam com as consequências que causarão se entrarem em determinado lugar, apenas vão e agem como bem entendem.

As pernas torneadas, bem cuidadas. Que quando cruzadas instigam apenas por estarem ali. Esperando para serem observadas. Pernas que andam apressadas, correndo atrás dos objetivos, para permitir que a mulher atinja sua auto realização.

Mil e uma dietas para manter a barriguinha no lugar e o bumbum empinado. Barriga que abriga um filho, que é responsável por gerar uma vida.
Que com sua silhueta enfeita os vestidos, que se encaixa perfeitamente nas mãos seguras dos homens perfeitos.

Peitos tímidos, exagerados, suficientes, sejam como for, são sempre um referencial para se identificar uma mulher. Além de serem mais uma arma para chamar atenção do sexo oposto.
São responsáveis pelo leite materno, por nutrirem a vida de um pequeno e indefeso início de vida.

Colo que acalma, acolhe e se movimenta forte nas emoções. Peitoral que abriga o coração. Coração muito delicado de uma mulher, sensível a um beijo de novela, a um não do homem que se ama. Que aguenta a dor da partida e fica dilacerado em mil cacos que inicialmente parecem nunca mais ser possível juntar. Coração que se recupera e ressurge mais forte, trazendo ainda mais qualidades e aprendizados para a mulher.  

Braços, que apertam e abraçam e envolvem e agarram e seguram e protegem o que se ama.

Mãos que afagam, macias, com marcas da vida. Apresentam unhas bem cuidadas, que trazem esmaltes como mais um sinalizador da personalidade / humor da semana.
Que mulher não se lembra quando começou a usar esmalte vermelho e se sentiu mais poderosa por isso? Unhas que arranham, que seguram com todas as forças o que não querem deixar correr entre os dedos.

O pescoço traz o cheiro puro do sexo feminino. Abriga o perfume que mexe com os homens e acalma um filho. O cangote alucina com seus contornos e temperatura e segura ela, a mais indecisa de todas as partes: a cabeça de uma mulher.

Amiga
Carinhosa Antenada Briguenta Esforçada Cuidadosa Amante
Dengosa Engenhosa
Universal Menina Apaixonada
Mulher Única Linda Honesta Elegante Racional

Composta pelos olhos que traduzem a alma, que não escondem a verdade e literalmente valem por muitos significados. Que ficam antenados e até quando nem começou a acontecer, já sabem no que vai dar. Que se emocionam e trazem a tona as curiosas, as vezes tristes, lágrimas que querem acompanhar o que está acontecendo.

A boca, sedosa e macia, as vezes fala demais. Ela que orienta, joga conversa fora, transmite as mais lindas canções de ninar e traduz em palavras o mais puro significado de amar.
Bocas de degustam os bombons que ganha no dia dos namorados, e jamais se esquecem daquele beijo.

Dizem que as mulheres são mais auditivas que os homens. Eu concordo. Quem não gosta de ser elogiada, de escutar juras de amor?
A mulher não só escuta, como faz daquilo seu combustível para os próximos dias. Dependendo da forma como a história é contada, um trechinho já é suficiente para uma mulher criar uma novela inteira. Mente fértil...não é a toa que existe essa expressão.

O nariz sente o cheiro das rosas quando chegam aos seus braços, percebem o cheiro do capim molhado, da madeira fresca, e até da mentira mal contada. Possibilita uma mulher de desenvolver poemas replicando o mais lindo e gostoso dos sentidos, o olfato.

A mente, difícil descrevê-la. Carrega tantas angústias, incertezas e desequilíbrio. Ao mesmo tempo que se adapta para entrar na montanha russa nada linear da vida. E ser madura, ser menina-mulher desde cedo, quando a natureza decide que está preparada para enfrentar a vida. Mente com delírios, com dúvidas, com certezas e rancores, mente que guarda os carinhos, as amigas queridas e todos os ‘eu te amo’ eternizados para sempre, na vida de uma mulher.

Existem muitos tipos de mulheres, aqui, escolhi para descrever as partes das que eu mais amo e admiro: minha mãe, minha irmã, minhas avós, minha tia, minhas primas e as melhores amigas.

Ser mulher é foda!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Cidade de Bonito, toda beleza se reconhece nela!

Apertem os cintos, começa agora a descrição de Bonito - MS, com o olhar para o contraste entre o bonito, o feio e o medíocre.
Apresento a vocês a minha percepção sobre mais este pedacinho de terra que pude estar.


Partindo de São Paulo, aproximadamente 10 horas depois cheguei à pousada, logo me indicaram um chalé azul onde pude acomodar minhas coisas. Agradável o que estava diante de mim. Sol, uma piscina recém-cimentada e um loro a me saudar.

A primeira noite foi um choque, em todas as esquinas da rua principal os orelhões eram em formato de bichos, tudo ao redor enaltecia a natureza, mas quando procurei opções para comer em restaurantes apareceram os mais diferentes pratos com jacarés: por quilo, a lá carte, rodízio, na telha, no shoyo, molhado, ensopado e o que mais pudessem inventar.

Para ter história para contar me arrisquei e comi um pedacinho de jacaré. Não gostei, parecia frango xadrez, porém com um cheiro bem forte. Senti-me mal por comer um animal tão grande e imponente da floresta. Não pretendo repetir a experiência.

O primeiro passeio foi no Rio Sucuri, 1 hora de van vendo a mais verde vegetação, pasto para todo lado, e muitos, muitos hectares de terra.
Cheguei numa fazenda linda, aonde macaquinhos vinham me rodear. O passeio contemplava trilha na floresta, visita a nascente do rio e uma flutuação de cerca de 1 hora imersa a 35° nadando com peixes enormes, registrando o visual plástico que estava no fundo do rio, formado por conchas calcárias dos mais diferentes tamanhos e que se dissolviam apenas de encostar.

Fiquei feliz por ver aquela beleza reservada, tive a oportunidade de ver o rio em plena atividade de fotossíntese, foi incrível, mais legal foi saber que tudo está em perfeitas condições por conta das propriedades privadas rurais que fazem a manutenção da região. Mas triste de saber que os demais rios não recebem o mesmo tratamento por incompetência das autoridades da Nação.

Depois fiz um passeio de rafting pelo Rio da Prata, tive que segurar firme no remo e destinar um pouco da minha força para que o barquinho de fato saísse do lugar. Ardeu tudo nos meus braços. No ponto mais plano do rio o barco que eu estava encontrou com mais duas embarcações e juntos fizemos uma guerra de 20 minutos regada a muitos baldes de água fria. Que delicia!

Agora, 31° vejo na previsão que amanha chegaremos aos 34°, a vontade de querer viver mais invade meus pensamentos!

O terceiro passeio foi na Gruta do Lago Azul, uma cavidade com 40 metros de diâmetro, 77 de profundidade e 297 degraus de descida. Para poder presenciar uma formação rochosa milenar, ser recebido por centenas de mini borboletinhas laranjas e pretas, graciosas que vinham saudar minha presença. Morcegos, corujas e urubus se escondiam nas cavidades escuras dando um ar sinistro ao passeio. Pude acompanhar as gotas que caiam do teto e após 100 mil anos formarão uma torre estalactite. E se deparar a cada passo com uma água cada vez mais azul na medida em que incidiam os raios solares, rica em magnésio que parecia uma palheta de tons azulados dos quadros de Monet. Lindo demais!

Para encerrar, trilha de 3 horas em mata fechada, conhecendo os mais diferentes tipos de árvores (mangueira, babosa, jabuticabeira, pau rosa - responsável pela essência fascinante desenvolvida pelo perfumista Ernest Beaux a pedido da Coco Chanel) e cinco diferentes cachoeiras uma mais linda que a outra. Para ter acesso à última, mais uma vez entrei num barquinho e remei até a outra extremidade do Rio, cortando as águas ricas em bicarbonato de cálcio que a deixava limpa e estragava meus cabelos com tamanha purificação.

Aqui no meio de tanta água está o ponto alto da viagem. A cerca de quase três anos vivia desejando ir a uma cacheira para deixar cair aquela água gelada, forte e limpa da nascente do rio em meu corpo. Pude fazer isso, apesar de estar de colete salva vidas, me encaixei entre duas pedras e fiquei bem no centro da queda d’água. Por alguns minutos deixei a água lavar meu corpo com toda a sua imponência e gritei com toda a minha força: ‘Obrigada meu Deus por me proporcionar este momento’. Fiz uma oração e sai dali limpa das cobiças e invejas que rodeiam os paulistas. Senti-me purificada e uns 10 quilos mais leve sem essas energias negativas.

A volta à fazenda foi tranquila, comida caseira, bolos e cafezinho para fechar a experiência com chave de ouro. Relaxei em frente a um lago com cerca de 20 jacarés a me espiar, além de ter meu bolo coberto de doce de leite furtado duas vezes por um loro muito do atrevido.

Encerrei o passeio deixando meus agradecimentos em um livro de recados da Fazenda Mimosa.

De volta para a cidade, lugar exótico, sotaque caipira, tucanos, jacarés, onças em tamanho gigante para ser a atração na rua principal, para os turistas sedentos por fotos, fotos e mais fotos. Terminei comendo em restaurantes maravilhosos e experimentando os "sorvetes quentes" da região: amazing!!

Levei daqui a experiência mais maravilhosa da minha vida! Nadar com peixes, ser rodeadas por animais dóceis, ver três sucuris gigantes em procriação, me esbaldar nas comidas caseiras, e o mais importante me livrar do estresse de São Paulo.

Todos deveriam experimentar!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Amor Slow Motion.

Quantas palavras já foram transcorridas para criar-se canções, poemas, textos e estudos, todos com o objetivo de desvendar o amor e suas relações.

Há muito tempo queria escrever sobre relacionamentos, acho que por ser um assunto delicado e obscuro, acabei por me resguardar nesse sentido. Aos meus quase 25 anos tenho tanto para falar, seja de coisas que já vivi, que imaginei ou que apenas pude presenciar, criar meus pré-conceitos e julgar o que eu queria ou não para a minha vida.
Existem inúmeras formas de se relacionar sentimentalmente e listá-las por completo seria uma prática quase que impossível.

Um dos motivos de querer escrever este texto era ver se seria capaz de encontrar, entre minhas próprias palavras, os porquês para as minhas dúvidas.

Entender o porque relacionar-se é tão complicado, leva casais a loucura, apresenta a você faces da sua personalidade que você nem sabia que existia. Provoca as mais diferentes reações fisiológicas em nossos corpos e volto a perguntar: apesar de bom, por que é tão complicado?

Dentro de uma relação muitas vezes esperamos do outro que tudo seja perfeito, esperamos as melhores sacadas, as melhores frases de amor, as melhores respostas nas situações mais difíceis. Esperamos o aconchego, o ‘boa sorte’, o ‘tudo vai ficar bem’. Sempre esperamos mais. E quando essa expectativa não é correspondida, simplesmente jogamos no outro a culpa por nos vermos naquela determinada situação de frustração e incompatibilidade de sentimentos. Mas será que a lição não deveria ter sido aprendida em casa, antes de atazanar a vida alheia com as nossas perturbações? Será que não deveríamos ser mais seguros de si, com mais amor próprio para não deixar a falta de atitude do parceiro nos agredir tanto e nos tornar pessoas piores?

A lição pode ter sido aprendida, mas quando nos demos conta que não a aplicamos em nosso cotidiano, pode ser que já tenha ficado tarde demais e você terá como companhia apenas a saudade.

E de repente me pego sentindo saudades das saudades que nunca tive. Se não tive, era porque não merecia meu amor, por que não fez diferença entre tantas importâncias que dei na minha vida.
Se tivesse sentido saudades teria me incomodado a tempo de dizer ‘espera deixa eu tentar mais uma vez’.
Não sentir saudades não desperta dentro de nós a vontade intrínseca de tentar de novo, de fazer melhor. E é aí que o ser humano cresce, que percebe o quanto mudou, o que poderia ter feito de diferente.

Ahhh o amor...
Amor que dura a vida inteira, amor que vejo nos olhos de casais juntos há 60 anos. Olhos que se ligam, que falam mais do que mil palavras, olhos cúmplices de todos os pecados, todos os momentos. Olhos que quando se olham, me emocionam e fazem os meus chorar. Trazendo a tona as minhas curiosas lágrimas que querem assistir àquela tão bela cena, que invejam aqueles outros abrigos, aqueles outros olhos.

E aquele amor proibido? Que entra sem pedir permissão, que se envergonha por ter entrado sem explicação, mas que de um jeito que não sabemos como, se apodera de todos os cantinhos do nosso corpo. É como se esse amor jogasse um feitiço para que os cinco sentidos ficassem mais aguçados. Faz com que os olhos procurem o que não devem, as mãos apertem o desconhecido, tentando em 5 minutos aproveitar todo o tempo perdido. Mas então aonde é que estava a Vida em todos os outros momentos que não foram como esses? Esse amor faz com que tudo ao redor pare, faz com que duas pessoas sejam os protagonistas do espetáculo que acontece dentro de uma bolinha de neve. E o resto acontece literalmente em slow motion...ahhh como é bom sentir aquele friozinho na barriga e ser correspondido.

Amor diferente, sem igual, julgado pelos olhos sedentos por fofocas da sociedade, aquele amor sem porquês que não faz sentido. Aquela roupa que não combina, aquele jeito que não é como o seu, aquelas músicas que fazem seus ouvidos estranharem tamanha melodia descompassada que escutam. Amor passageiro.

Amor não correspondido, que tira seu sossego, que "atravessa o travesseiro, que revira pelo avesso", que mata nosso peito de ansiedade, que explode a vontade de encostar o outro na parede. Que faz com que até o branco do olho seja comparado mais uma vez tentando-se entender os porquês de ela...e não eu.

Amor adolescente, de beijo no meio da boca, de bilhetinhos na escola, de encontros as escuras, de mensagens na contracapa do caderno, da sorte no amor no papel da bala Freegells.

Amor tradicional, longos anos de namoro, noivado, papel passado e uma família Doriana. O casal que não briga, os filhos educados, o apê que parece capa de revista de decoração. Amor duvidoso.

Fecho citando o amor próprio, que floresce ou desaparece nos relacionamentos, o amor que tem força suficiente para te derrubar, mas também te tirar do fundo do poço.
O amor que te deu a chance de recomeçar sua vida, seja aos 20, 30 ou 60.

Então vejo que é esse amor próprio que faz com que o ser humano busque novos relacionamentos, que queira sempre mais, que te leva a loucuras de amor, faz com que você tenha mil histórias pra contar, mas que no final o único objetivo é amar e ser amado.

Deixo um convite para a reflexão: você já parou para pensar se a pessoa que está ao seu lado é a patrocinadora oficial dos seus frios na barriga? Ela que te dá os melhores beijos, te faz arrepiar inteiro, é a companhia que você quer dividir um sorriso na manha que acordar fazendo 80 anos? Ela que te acalma, que é seu porto seguro, que te apoia, que te faz crescer, que quer te ver lá em cima, feliz e realizado?

Think about it.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um céu de massinha.


‘’Prometi para um amigo que este texto seria mais doce, que lapidaria as pontinhas para que ficasse leve e delicado, sem minhas pitadas amargas dos últimos posts.’’

Antes de ser psicóloga, minha mãe era professora do ensino infantil, ela sempre me colocava para brincar com argila e aquelas massinhas coloridas, pedia para que eu moldasse o que estava sentindo no momento que brincava. Era um pouco difícil e nada sabia da importância que aqueles exercícios teriam mais para frente, aos poucos iam saindo um boneco de neve, uma família, um cachorrinho, uma bola...

Se caísse um copo no chão minha mãe não brigava, ela olhava e dizia: ‘’Viu? É isso que acontece.’’ O mesmo se repetia se deixasse cair um ovo, se escorregasse, se manchasse uma roupa, se tirasse notas baixas na escola. O objetivo dela era simples e genuíno, que experimentasse a vida sem tantos nãos, sem tantas amarras, porque a vida já se encarregaria disso, em casa, o cenário seria um pouco diferente.

Esse jeito de educar fez com que eu e meus irmãos fossemos mais livres ao mesmo tempo mais maduros e responsáveis, pois sabíamos que ela fazia isso, nos deixava soltos, porque confiava que não faríamos besteira.

A velocidade com que as informações são atualizadas nos sites de notícias e nas redes sociais, provoca, em algumas pessoas, a vontade de estar sempre criando, inovando, atualizando... postando.

Confesso que fui atingida por essa onda e me senti um pouco frustrada por, neste momento, não ter nada para falar. Fui tentar achar a causa desse meu vazio, como se algo estivesse errado e eu precisasse urgentemente consertar. De repente me veio uma vontade fora do normal de buscar incessantemente novas emoções, aventuras e experiências.
Fiquei com vontade de fazer uma fogueira, de ficar até de madrugada na praia, de morrer de rir numa balada com os amigos, em morar numa casa com pessoas de todos os cantos, em morar fora do país, em fazer uma tatuagem, em morar na praia, em aprender mandarim....ahhhhh quanta coisa eu quis fazer nesses 5 minutinhos que pensei.

Assustei-me.
Pensei que tudo isso se resumia apenas em viver.

Então será que minha vida está monótona e cotidiana demais? Como pode ser se estou sempre fazendo coisas diferentes, conhecendo lugares que nunca estive, fazendo novos amigos, marcando viagens incríveis, vivendo mudanças significativas na minha profissão, fazendo um curso que amo....pensei um pouco mais e cheguei a uma conclusão: tem momentos na vida que apenas queremos ficar mais quietos, outros queremos falar, outros sumir. Queremos escutar o barulho dos passarinhos lá fora, queremos não atender o telefone, não responder a uma mensagem, queremos apenas ouvir nossa respiração, acordar, cumprir com as obrigações e diversões e acordar para um novo dia. E não havia nada de errado comigo, apesar dos meus devaneios, apenas queria ficar em silêncio.

Desvendei o meu "problema" quando lembrei da minha mãe e expressei o que estava sentindo. Tranquilidade e silêncio.
Diferente da argila, que materializa para sempre o que é esculpido, a massinha permite que você volte atrás e refaça suas opiniões.
Foi o que eu fiz, antes fiz uma mistura de cores confusas, hoje o produto final é um céu azul.

Fiz dos meus pensamentos um pedaço de massinha. Dificilmente é assim tão fácil expressar os sentimentos, ainda mais se eles envolvem tantas nuances de um mesmo querer.

Gostei do resultado final.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um império na barriga.

Sem ideia, apenas com a palavra coerência na cabeça para começar a escrever esse texto.
Acho que falta coerência na raça humana. Nas atitudes, no livre arbítrio mal aproveitado, nas roupas escolhidas, nas opiniões expressadas quando não se tinha mais nada para falar e falou-se besteira.

Estou pensando na falta de coerência das adolescentes que colocam vidas no mundo sem se preocupar, nos excessos na vida dos jovens (pra que???) que saltam diante dos meus olhos, em gastar os tubos no cartão de crédito e no fim do mês receber um salário menor do que a fatura, em dar um sorriso amarelo quando alguém ao seu lado fala algo completamente inútil, colocar próteses de silicone na panturrilha, na bunda, na maça do rosto sem ao menos ter frequentado a academia, em pagar 300 reais em uma garrafa de vodka na balada só para impressionar os amigos. Não, de fato isso pra mim não serve.

Ser coerente não é falar difícil para impressionar, nem acertar nas respostas que te perguntam, não é viver dentro das regras e nunca "pensar fora da caixa".
Ser coerente é apenas usar o bom senso para viver em sociedade, sabendo compartilhar os momentos com sabedoria na frente dos outros e para você mesmo.

Volto um pouco as nossas origens, aos homens foi dada a terra e eles construíram um império; vieram as trocas e fez-se o comércio; surgiram as armas de fogo e com isso as disputas e uma guerra fria de amor ao próximo.
A ciência, a indústria, a internet fizeram a revolução do homem e com isso veio a sua degradação. A degradação no sentido mais literal que eu possa me expressar: o de destituição de uma dignidade, de depravação e degradação moral do ser humano.

Mesmo tendo evoluído em diferentes áreas, alcançado feitos inéditos, ido até a lua, feito de Marte nosso quintal, encontrado a maravilha das células-tronco, desenvolvido robôs que até choram e dão risada, o homem de certa forma teve uma parte atrofiada do seu desenvolvimento, ficou mesquinha, deixou a ganância falar mais alto, a competitividade tomar conta do seu instinto e cada dia que passa o que leva no centro da barriga, não é um rei, mas sim um império inteiro. Como se o mundo todo agisse em seu sentido.


Não sinto falta de um mundo regrado, que vive dentro de moldes chatos e pré-aprovados, que tira 10 na escola e nunca fala palavrão. Sinto falta apenas de um pouco mais de SE MANCOL, já ouviu essa expressão?

Bom saber que alguém lá do outro lado do Brasil, tem as mesmas angustias que eu:

‘’Na ilusão das palavras
traduzidas em ações
tento descobrir as respostas
para os meus porquês.

Escondidos sob o véu de intrigante lógica,
os argumentos e fundamentos se confundem,
se perdem, se reencontram, se fundem
e se mostram em pequenos senões de Verdade.

Viver, apesar das dificuldades.
Amar, a despeito de não ser correspondido.
Aceitar o que, todavia, não foi entendido.
Ser, não obstante a pressão do parecer.

E no desenrolar do que ainda não sou
confiar que a tradição e a experiência
trarão a coesão e a coerência
capazes de despertar o coração
oculto na busca da Divina Conjunção.’’

(Créditos à Gabriela Leite, postado no blog Acrópole Poética - Nova Acrópole - João Pessoa)