sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um império na barriga.

Sem ideia, apenas com a palavra coerência na cabeça para começar a escrever esse texto.
Acho que falta coerência na raça humana. Nas atitudes, no livre arbítrio mal aproveitado, nas roupas escolhidas, nas opiniões expressadas quando não se tinha mais nada para falar e falou-se besteira.

Estou pensando na falta de coerência das adolescentes que colocam vidas no mundo sem se preocupar, nos excessos na vida dos jovens (pra que???) que saltam diante dos meus olhos, em gastar os tubos no cartão de crédito e no fim do mês receber um salário menor do que a fatura, em dar um sorriso amarelo quando alguém ao seu lado fala algo completamente inútil, colocar próteses de silicone na panturrilha, na bunda, na maça do rosto sem ao menos ter frequentado a academia, em pagar 300 reais em uma garrafa de vodka na balada só para impressionar os amigos. Não, de fato isso pra mim não serve.

Ser coerente não é falar difícil para impressionar, nem acertar nas respostas que te perguntam, não é viver dentro das regras e nunca "pensar fora da caixa".
Ser coerente é apenas usar o bom senso para viver em sociedade, sabendo compartilhar os momentos com sabedoria na frente dos outros e para você mesmo.

Volto um pouco as nossas origens, aos homens foi dada a terra e eles construíram um império; vieram as trocas e fez-se o comércio; surgiram as armas de fogo e com isso as disputas e uma guerra fria de amor ao próximo.
A ciência, a indústria, a internet fizeram a revolução do homem e com isso veio a sua degradação. A degradação no sentido mais literal que eu possa me expressar: o de destituição de uma dignidade, de depravação e degradação moral do ser humano.

Mesmo tendo evoluído em diferentes áreas, alcançado feitos inéditos, ido até a lua, feito de Marte nosso quintal, encontrado a maravilha das células-tronco, desenvolvido robôs que até choram e dão risada, o homem de certa forma teve uma parte atrofiada do seu desenvolvimento, ficou mesquinha, deixou a ganância falar mais alto, a competitividade tomar conta do seu instinto e cada dia que passa o que leva no centro da barriga, não é um rei, mas sim um império inteiro. Como se o mundo todo agisse em seu sentido.


Não sinto falta de um mundo regrado, que vive dentro de moldes chatos e pré-aprovados, que tira 10 na escola e nunca fala palavrão. Sinto falta apenas de um pouco mais de SE MANCOL, já ouviu essa expressão?

Bom saber que alguém lá do outro lado do Brasil, tem as mesmas angustias que eu:

‘’Na ilusão das palavras
traduzidas em ações
tento descobrir as respostas
para os meus porquês.

Escondidos sob o véu de intrigante lógica,
os argumentos e fundamentos se confundem,
se perdem, se reencontram, se fundem
e se mostram em pequenos senões de Verdade.

Viver, apesar das dificuldades.
Amar, a despeito de não ser correspondido.
Aceitar o que, todavia, não foi entendido.
Ser, não obstante a pressão do parecer.

E no desenrolar do que ainda não sou
confiar que a tradição e a experiência
trarão a coesão e a coerência
capazes de despertar o coração
oculto na busca da Divina Conjunção.’’

(Créditos à Gabriela Leite, postado no blog Acrópole Poética - Nova Acrópole - João Pessoa)

2 comentários:

  1. Excelente texto, você está escrevendo cada vez melhor, maninha.

    Bjs

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  2. Coerência é um exercício difícil, é maturidade, é se encontrar. Ela não vem sozinha com os anos e o tempo, é algo que se busca que se contrói e que te deixa forte.
    Sobre a segunda parte do texto, o cenário é caótico, mas não é à toa.
    Sempre fui crítico e não me culpo, nem acho que devo mudar, mas acredito que tudo seja experiência e oportunidade de evolução, seja minha ou seja uma evolução que vou provocar em outra pessoa. E estamos todos misturados para passar por essa acho que fico mais tranquilo enxergando dessa forma.

    [C]

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