segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Arrumando a casa


Resolvi arrumar a casa. Dentro e fora de mim. Esse era um padrão para as ferias ou para os tempos de fim de ano se assim posso dizer. 

Mas esse ano foi diferente. Repeti o processo de arrumação e de doar coisas antigas alguns pares de vezes...rompi um padrão. 

Não que me sentisse suja ou bagunçada, mas a quantidade de mudanças na minha vida fez com que eu sentisse necessidade disso. 

Quase uma catarse, uma necessidade de resgatar minhas origens...talvez em busca de algum tipo de conforto...de ter a certeza que pelo menos algumas coisas que eu gostava ainda estavam lá, apesar de outras terem partido e me quebrado por dentro. 

Para encerrar o ano, resolvi pintar meu quarto e com isso o guarda roupa entrou na dança. Tive que tirar tudo até o ultima peça de roupa de dentro dele para que eu pudesse arrastar, lixar...pintar ...limpar. 

Nesse processo, fui obrigada a tocar em cada coisa que estava guardada. Abrir os envelopes antigos, redobrar as roupas que foram presentes de pessoas queridas, ver cartinhas trocadas na adolescência. 

Inevitável que depois de quase 3 dias intensos de trabalho, o cansaço não se misture com uma pitada de saudosismo devido ao contato com todas as lembranças e emoções que senti durante todo esse processo. 

No final do domingo (ontem) estava esgotada mental e fisicamente. Vi quanta coisa mudou na minha vida, quantos desapegos e vitórias eu conquistei, quantas amizades que há anos não tenho contato, mas que ainda assim eu (somente eu e não o outro) me preocupo em ainda fazer algum tipo de contato para manter algum laço. Talvez seja bom para mim ... Talvez seja em vão. Porque aquelas pessoas que realmente importam terão com certeza suas lembranças guardadas e nem se quer entraram na berlinda do "esse fica" ou "esse é lixo". Isso vale para tudo sentimentos, relações, rancores, amizades e também para os bens materiais (podendo ser ele apenas uma tampinha de coca cola que represente alguma coisa, que só você vai entender... para os detalhistas, isso fará algum tipo de sentido). 

Bom, e no final de tudo encerrei o domingo deixando as lágrimas que ficaram represadas atrás dos meus olhos todos esses dias se libertarem. Um misto de felicidade por ter concluído a minha meta, de frustração que senti a cada momento em que alguma parte da pintura estragava depois de tanto trabalho, do cansaço físico em tirar tudo de lá, preparar para pintura, lixar/esperar/pintar (processo que se repetiu 7 vezes), do esgotamento até o meu limite mental (não basta tirar tudo do lugar, tem que arrumar) e por fim, chorei de saudade, saudades das pessoas que representam a minha vida e por uma lei natural da vida não estão mais fisicamente presentes. 

Chorei incondicionalmente, como um bebe na colo da mãe. E você pode pensar: "que menina maluca, arruma o quarto e chora". Sem fazer drama, apenas tente entender o meu momento catarse que estou abrindo com vocês, ao ver a história da minha vida passar por entre meus dedos, principalmente depois de um ano como esse. 

E hoje, ao acordar e me deparar com tudo limpo, novo e quase 100% em ordem me sinto uma nova pessoa. 50 kilos mais leve e livre de um monte de lembranças que só estavam empacando minha vida (de um jeito quase imperceptível, mas que de um jeito ou de outro ainda estavam lá).

Convido você a fazer o mesmo, o resultado é impressionante. 

Espero voltar até o dia 25 de dezembro e postar o tradicional texto de aniversário / fim de ano e apresentar as minhas conclusões do que passou e vontades para o 2014 que vem por aí. 
Até lá. 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

O que estou vendo da vida...


Nossa! Quanto eu cresci em 6 meses.

Acho que fiquei um tempo reclusa justamente para conseguir desfrutar e maturar tudo o que estava vivendo. Caso contrário as palavras sairiam "verdes" se fossem colhidas antes do tempo da minha boca.
Vim aqui falar que minha vida mudou um bocado e como isso aconteceu. Redescobri o que é trabalhar no que gosto puramente, sem ter que me preocupar com desfile de moda do dia a dia, ou com o julgamento dos falso colegas. Redescobri o que é sair cedo do trabalho e ver que ainda existe a vida a espreita para ser vivida depois do expediente.

Descobri o que é sentir saudades de um avô, de saber que podia amar ainda mais e, incondicionalmente os que aqui ficaram.
Descobri que cuidar da minha vida, vale mais que encaminhar um último e interminável email cobrando alguma pendência.

Coloquei metas de saúde que achava que nunca atingiria sem ser radical e tirei de letra em menos de 3 meses. Tornei-me uma pessoa com um estilo de vida muito mais saudável do que eu já tinha.

Reaprendi a conviver com gente do bem e que quer me ver feliz. Consegui me livrar da gastrite nervosa, da insônia que tanto me perseguia, das tabelas que desenhava nos meus sonhos e dos "to do" intermináveis que martelavam madrugada adentro pelo meu quarto. Consegui me livrar do esboço de "casca grossa" do mal, que estava começando a se aproximar de mim. E o melhor, em menos de 6 meses voltei ao meu eixo.
Consegui me reorganizar em todos os setores da minha vida. A sorrir de verdade. A não viver presa no relógio crível e invisível da minha consciência cheias de tarefas a serem executadas.

Aprendi a esperar até que a hora de conseguir escrever desaflorasse e se manifestasse por minhas mãos e mente inquieta. Em outros momentos aqui registrados, achei que esses momentos de "silêncio" poderiam remeter até mesmo à alguma deformidade do meu eu. Quando o que estava fora de forma era o meu juízo e amor próprio à minha vida.

Passei a dividir um quarto com uma senhora de 85 anos, que se parece tanto comigo e que costumo chama-la de minha avó, ou melhor, minha belezinha. Observo o quanto ingênuo e indefeso nos tornamos nessa idade. O quanto maravilhoso, genuíno e sem esperar nada em troca é o amor da minha mãe por ela, em ajudá-la incondicionalmente, todos os dias, desde o abrir dos olhos.

Reaprendi que a vida está aí para ser vivida, os riscos para serem desafiados e os objetivos para serem conquistados.
Novamente minha mente inquieta, fez com eu concluísse meu curso de professora em 2012 e nesse ano já tivesse a interminável energia para iniciar um projeto completamente desconhecido para mim, que envolve o amplo crescimento profissional e também desafia-me emocionalmente, todos os dias.

Comecei a confiar em pessoas que não eram tão próximas e a aprender com elas. Passei a colocar em questão alguns valores e desconfiar de quem estava ao meu lado, e para a minha surpresa, meu sexto sentido não me decepcionou. Passei a praticar a meditação aplicada à medicina milenar da acupuntura, mas acredito que apenas tenho conseguido tirar o melhor proveito disso, por me sentir preparada e capacitada para tal.

Refresquei na minha memória que a liderança, os bons exemplos e uma postura exemplar, se tornam referência de vida, desde que conduzidos com gentileza e serenidade. Caso contrário todas as paredes de sua imagem sempre serão  construídas de vidro.

E é com base na gentileza que pretendo lidar com todos os projetos que encaro nesse 2013.




terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Indiferença


''Pode parecer imaturidade, impulso ou ainda desapego. Mas hoje, é por esse caminho que vou.''

Acho que indiferença é um dos caminhos mais agressivos para seguir nos relacionamentos interpessoais.

Quando você assume essa postura, você tem que ser firme de ir até o fim. Um único deslize pode colocar seu plano perfeito por água abaixo. Com o passar dos anos, você aprende a se adaptar na montanha russa da vida, tem coisas que te agradam, outras que você apenas suporta e outras ainda intoleráveis.

Mas o que fazer quando diversas coisas que antes transitavam na faixa dos adoráveis ou suportáveis passam a ser em disparada intoleráveis?

Hoje vou tentar a metodologia da indiferença. Vamos ver no que dá.
Isso significa que independente do que acontecer, nada poderá me tirar do eixo. Vou me manter focada em manter meu equilíbrio emocional para assim passar essa fase, de forma indiferente.

A intolerância pode surgir diante de várias situações. Ser indiferente a elas, não significa que eu não vá enfrentá-las ou ainda que eu esteja tapando o sol com a peneira. Apenas é uma outra perspectiva para não deixar que fatos exteriores me agridam.

Você pode não tolerar mais a vida que leva, a falsidade de um amigo, o mau humor de um chefe, as atitudes de um namorado, o metrô cheio de São Paulo, a grosseria das pessoas que nos cercam (...)
A intolerância pode aparecer até para os mais controlados e isso meu amigo, não significa descontrole, apenas mostra que você está exercendo sua função: vivendo, sentindo e sendo afetado pelo fenômeno chamado vida.

Aplicar a técnica da indiferença, pode te ajudar a enxergar as coisas de outra forma, te ajuda a acalmar os ânimos, a não ter picos de stress, insegurança ou até mesmo raiva que comumente sentiríamos diante dessas situações. Faz bem para a saúde. 
E que qualquer um dos sentimentos acima, muito provavelmente te levariam para caminhos errados.

Se é fácil? Com certeza não, mas uma pitada de sangue frio e uma colher de amor próprio caem bem de vez enquando.

Por que você não experimenta?
Depois conto como tudo se desenrolou.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

2013


Queria estar de férias, não para viajar, mas para arrumar a casa, tirar a poeira, jogar coisas fora e deixar que a energia nova entre na minha vida!

Passei o primeiro semestre de 2012 planejando minha viagem ao Canadá, viajando e contando como foi. Pelo fato de tudo ter sido tão intenso, achava que a segunda metade do ano seria apenas a extensão do pós viagem. Não tinha planos, nem expectativas para novas e boas emoções.

Acontece que a vida é uma caixinha de surpresas e nos traz situações na vida que nem imaginamos. Faz com que o sapato que você calçava há tempos, passe a apertar seus calos e a não te servir mais. Faz com que você busque o novo.

No segundo semestre de 2012, que antes estava sem expectativas, foi cenário de muitas mudanças. Passei a confiar mais em mim, passei a fazer aulas com um mestre da comunicação, troquei de academia, mudei minha rotina, criei uma fan page para divulgar vagas na área de comunicação, ativei fortemente minha rede de contatos, mudei o corte de cabelo, mudei de emprego, fiz novas amizades, conclui meu curso de professora do futuro, fui banca de tcc, perdi pessoas que amava.

Emoções que juntas fizeram a diferença.

Aprendi, nos últimos longos três meses, que devemos sempre pedir à Deus o que é melhor para nós, e não o que queremos que seja realizado.
Aprendi ainda mais como devo me portar em diferentes situações, consegui acompanhar as mudanças de mercado, questionei-me sobre meu futuro profissional.

Refleti e questionei a frase: por que a grama do vizinho é sempre mais bonita? Por que não damos o devido valor para o que temos, sempre as roupas novas são mais lindas e as suas as ultrapassadas, as férias dos outros são melhores, o namorado da outra é mais carinhoso, as outras amigas mais divertidas, o dinheiro do amigo rende mais.

Mas quando você para pra pensar, percebe que o problema não está nas pessoas terem ou serem mais que você, e sim no peso que damos em valorizar o do outro e não o nosso.
É por isso que deixamos de dizer para quem amamos nossos sentimentos, é por isso que gastamos os tubos em roupas novas, engolimos sapos para estar ao lado de gente que julgamos importante, mas não suportamos, é por isso que queremos estar sempre mais bonitos. Ou seja, tudo para os outros e não para nós.

Imagine se todos esses esforços que colocamos na nossa imagem relacionada aos 'outros', fossem voltados apenas em nos fazer feliz, atingindo o sentido mais literal da palavra? Garanto que seríamos muito, muito mais felizes.

Sensação indescritível eu senti ao estar no lugar que planejava, do jeito que planejava, sensação ótima senti de ter terminado meu curso de professora, de ter pago com a ajuda dos meus irmãos um cruzeiro para os meus pais, sensação de alívio em senti ao ter ensinado meu avô a dizer que me amava e que ele não ficasse tão fechado quando ouvisse isso de mim.

Sensação ótima eu senti em ver mais um ano passar.
Que comece 2013.