quarta-feira, 18 de abril de 2012

Nas asas da expectativa...


Seu silêncio parece um frio, rigoroso e triste inverno.
Entre você e eu, existiam sorrisos, paladares e um mundo de sensações a serem descobertas.
O seu silêncio fez com que as asas que você havia me dado fossem perdendo as penas, uma a uma perdendo a força e o sentido de estarem ali.
Foram se desfazendo e rompendo os laços com o meu corpo, o que me causou tristeza e a eterna expectativa não correspondida.

Talvez se você tivesse deixado meu olhar ir embora ao invés de corresponde-lo assim que nos encontramos numa escada qualquer (...) teria sido tudo mais fácil.
Seria mais fácil também, se eu não tivesse me encantado por cada detalhe do seu corpo, pelo seu jeito de falar e sorrir com as frases. Parece que brinca com a arte de seduzir tal como uma criança faz com tintas e papel. Leve, puro e descompromissado.

Mas a diferença, a sutil diferença é sobre quem são os protagonistas da história. Talvez isso tenha feito com que tudo entrasse num universo mais mítico e de sedução.
Seria melhor ter ficado como estava antes. É que as vezes fraquejamos e nos esquecemos que tanto eu quanto você, temos defeitos. E muitos.

Ficamos felizes com simples coisas, uma ligação, uma mensagem, ou apenas ouvir que está com saudades, elementos físicos que nos confundem.
E depois, quando tudo isso acaba e deixa de acontecer, temos que escolher outra coisa para nos motivar, para continuar vivendo as nossas vidas e não apenas deixar o tempo escorrer pelas nossas mãos.

Interessante como sempre fazemos com que as relações durem o tempo que precisarmos, cada qual com suas razoes. Já pensou nisso?

terça-feira, 3 de abril de 2012

No trilho do trem


‘’Então me vejo no meio termo com se não fosse nem o trem, nem o trilho.  Apenas como aquele passageiro que as vezes para por ali para observar e quando pode ou acha pertinente, faz a sua contribuição para aquela cena, a qual de alguma forma, está inserido. O futuro passaria independente de o passageiro estar ali, mas a sua presença pode trazer mudanças ao que está por vir, seja para ele ou para terceiros.Ao observar, ele se apropria das qualidades do lugar e com isso, consegue acompanhar suas evoluções, olhar com os olhos de quem já aprendeu aquilo e ao mesmo tempo com os olhos de quem vê o inusitado, observando e aprendendo com a riqueza de detalhes de cada cenário, o barulho do trem passando, as pedrinhas que correm atrás do trem, as folhas amassadas e com um novo formato, o cachorro que late, o sino que toca, a simples e complexa respiração deste protagonista. Imaturidade misturado com maturidade, juntos no mesmo lugar.’’ 


Costumo observar a atitude das pessoas ao meu redor e sempre aprendo muito com isso.
Algumas atitudes me incomodam,  algumas pessoas me irritam, irritam por querer ser quem elas não são. Por medir, por ter pré-conceitos, por simplesmente julgar quem é diferente delas.

Acho que em 1 ano de blog, em muitos dos textos, esse sentimento foi alvo das minhas críticas. Ele é constante nos meus pensamentos.
Claro que tento me adaptar as situações da vida, senão não estaria seguindo a receita: estudar, fazer uma faculdade, trabalhar, crescer, ganhar dinheiro....mas confesso que sempre aceitar e me adaptar à pessoas com valores tão diferentes dos meus, nunca foi fácil de fazer.

 
Não procuro me aproximar de pessoas que não me fazem bem, apenas por interesse. Minhas ambições de vida, não trilham por esse caminho, Acredito em afinidade, energia positiva e carisma. Acho que assim como o passageiro que está sentado no meio trilho, eu observo e como posso, faço a minha contribuição à vida. Parei um pouco com o verbo relutar e estou aceitando a cada vez mais o verbo adaptar, pois mesmo que inevitavelmente, faço parte dessa sociedade e isso não tem como mudar. Sempre fortalecendo que prefiro estar em companhia dos meus valores, das coisas que eu realmente acredito e das pessoas que se parecem comigo.


Na última semana tive a oportunidade de conhecer e estar com pessoas de diferentes nacionalidades: romenos, poloneses, espanhóis, americanos, franceses e inclusive brasileiros. Isso me trouxe mais culturas, valores e crenças bem distintos dos meus. Porém todos tinham algo em comum, que no meu ver são essenciais: humildade e boa vontade. Boa vontade por estar ali, se dispondo à conhecer gente nova, humildade por apresentar à desconhecidos as suas fraquezas e fortalezas, não tendo vergonha disso, nem menosprezando os outros por conta das suas diferenças.


Uma das conversas com um polonês, foi sobre felicidade.
Rapidamente apresentei uma resposta pronta sobre esse tema. E então foi a vez dele falar, começou se desculpando e dizendo que logo de cara já pensava muito diferente de mim. Dizendo que sabia que havíamos sido criados em culturas completamente diferentes e mesmo assim se espantou com a minha resposta. Quis então saber quais eram os planos dele para se atingir a felicidade, então ele me disse que tinha como ambição conhecer pessoas, as mais diferentes pessoas, os lugares, as culturas, as riquezas históricas de cada país, pois isso sim fazia dele uma pessoa realmente rica e feliz. Ter um baú repleto de experiências, dos mais diferentes tamanhos e cores, ter história para contar. Colocando isso na frente da neura de querer casar e ter filhos antes dos 30, do carro da moda, do apê bem localizado, que a sociedade atual ‘exige’, ou seja, mudando o foco das prioridades, para realmente fazer a vida valer a pena.


Como boa capricorniana e pé no chão que sou, peguei o bom de cada uma das opiniões e 
reforcei as minhas. Abri ainda mais a minha mente para o outro, para o diferente de mim. Resultado positivo, mais uma cena que acontece.

Carregado de emoções, escrevi esse texto expressando o que sinto, com cenas que vivi dentro e fora de casa, do trabalho, da sala de aula. Espero que tenha feito algum sentido, além das palavras jogadas num pedaço de papel.
 

Ontem li um ‘bilhetinho da sorte’ que dizia: O abraço de um urso pode afagar, mas também pode matar, você só se dará bem no mundo, se souber se adaptar’, assim como no trilho, você deve saber a hora se de levantar.