sexta-feira, 27 de maio de 2011

Você tem nojo?

Na livraria, tomando um chocolate quente, comendo uma empadinha de palmito com pimenta, ouvindo uma palestra sobre relacionamento ao mesmo tempo que escrevo...esperando minha aula começar.
Todos os dias me deparo com diferentes rostos carregados de histórias, marcas, angústias e pressa. Comecei a refletir e cheguei a conclusão que sou uma pessoa com muitas frescuras.

Não consigo achar normal pegar o metrô vendo os piolhos subindo e descendo na cabeça da passageira a frente, ficar lado a lado com um cara com pessoas e suas orelhas sujas, com umas cascas e pedaços de coisas não identificadas saindo de dentro dela. Outro exemplo, são as mãos segurando os apoios com suas unhas pretas, micoses estranhaS e que não veem uma tesoura há décadas. Complicado também sentir tantos cheiros no mesmo segundo dentro do mesmo trem, será que ainda não descobriram um magnífico produto chamado desodorante?

Refleti e vi que estava com nojo de todas aquelas coisas carnais e comecei a pensar o que mais me dava nojo, além daquilo.

A resposta estava bem na minha frente, dentre tantas coisas o que mais me indigna é o nojo de gente grossa, de gente estúpida, que precisa falar mais alto para ser escutado, que faz questão de ignorar o que você diz, de transmitir um ar de superioridade mesmo que o estímulo tenha sido uma simples pergunta.

Você já reviu suas atitudes hoje?

terça-feira, 17 de maio de 2011

Pós-moderno: o homem espiral

Carro, transito, a menina de saia.
Sentimentos efêmeros.
Minutos contados, afeto, saudade.
Atitude imediata.
Celular, música, corrida, reuniões, conferências. Reticências.
A senhora na rua, o cão late, ninguém percebe.
Compras, consertos, negócios.

Ele trabalha, caminha, madruga. Estuda.
Ele e o tempo, o tempo e ele.
Meu mundo, seu mundo, fazendo tudo ao mesmo tempo nada.
Emoções repentinas, surpresa a cada dia.
Sincrônico-sintético.
Pós-moderno-espirial, sensível às curvas, ao vento.
Cada subida um sucesso, cada deslize um avanço.

Saudades do velhos tempos.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Máscaras de interesse

Encerrei a primeira semana de mudanças no novo emprego, conhecendo muita gente, novas ruas, restaurantes e experiências sem fim.
Escolho a palavra satisfação, para expressar o que estou sentido. Gostei das conseqüências que minhas atitudes desencadearam.
Escolho o tema interesse, para conseguir verbalizar um pouco meus pensamentos.

Você já parou para pensar que tudo é movido por interesse? E isso abrange desde as relações profissionais até mesmo um simples gesto de caridade. Essa discussão rapidamente gera contra argumentos do tipo, ‘’eu não namoro o fulano pelo dinheiro dele, mas sim porque sinto amor por ele’’  ou, ‘’eu não doei agasalhos porque queria algo em troca, eu realmente fiquei tocado com aquela causa’’. Salvo as ocasiões puramente genuínas, chego a conclusão que todas ou a maior parte das relações acontecem mediante INTERESSE.

Interesse em ter alguém ao seu lado, para personificar o desejo de chamar de seu.
Interesse em puxar o saco do chefe para ver se consegue aquela bendita promoção.
Interesse em andar com as amigas menos privilegiadas, para você se destacar entre elas.
Interesse em ter um dog da moda para acharem que você é cool.
Interesse em usar roupas de grife para ser aceito em um determinado grupo.
Interesse em retribuir com um sorriso amarelo para não perder a piada.
E até engolir sapos enormes e se obrigar a fazer coisas que não queria, por conta do tal interesse que está por trás de tudo.

Enfim, inúmeras são as circunstâncias que essa palavra pode estar inserida no nosso dia a dia. Aqui vale a reflexão, você está usufruindo dela da maneira certa?
Nem todas as formas de interesse são prejudiciais para sua imagem. Mas vale pensar como seria a vida desvencilhada de todas essas máscaras. E se você fosse apenas você, sem ter que vestir máscaras para ser aceito por uma sociedade que eu, particularmente, julgo todos os dias?

A autora do filme Divã, Martha Medeiros, escreveu um artigo bacana que fala do interesse nas relações em que a idade entre os parceiros é uma forma de interesse, um diferencial:

Fica a dica.