terça-feira, 6 de setembro de 2011

Amor Slow Motion.

Quantas palavras já foram transcorridas para criar-se canções, poemas, textos e estudos, todos com o objetivo de desvendar o amor e suas relações.

Há muito tempo queria escrever sobre relacionamentos, acho que por ser um assunto delicado e obscuro, acabei por me resguardar nesse sentido. Aos meus quase 25 anos tenho tanto para falar, seja de coisas que já vivi, que imaginei ou que apenas pude presenciar, criar meus pré-conceitos e julgar o que eu queria ou não para a minha vida.
Existem inúmeras formas de se relacionar sentimentalmente e listá-las por completo seria uma prática quase que impossível.

Um dos motivos de querer escrever este texto era ver se seria capaz de encontrar, entre minhas próprias palavras, os porquês para as minhas dúvidas.

Entender o porque relacionar-se é tão complicado, leva casais a loucura, apresenta a você faces da sua personalidade que você nem sabia que existia. Provoca as mais diferentes reações fisiológicas em nossos corpos e volto a perguntar: apesar de bom, por que é tão complicado?

Dentro de uma relação muitas vezes esperamos do outro que tudo seja perfeito, esperamos as melhores sacadas, as melhores frases de amor, as melhores respostas nas situações mais difíceis. Esperamos o aconchego, o ‘boa sorte’, o ‘tudo vai ficar bem’. Sempre esperamos mais. E quando essa expectativa não é correspondida, simplesmente jogamos no outro a culpa por nos vermos naquela determinada situação de frustração e incompatibilidade de sentimentos. Mas será que a lição não deveria ter sido aprendida em casa, antes de atazanar a vida alheia com as nossas perturbações? Será que não deveríamos ser mais seguros de si, com mais amor próprio para não deixar a falta de atitude do parceiro nos agredir tanto e nos tornar pessoas piores?

A lição pode ter sido aprendida, mas quando nos demos conta que não a aplicamos em nosso cotidiano, pode ser que já tenha ficado tarde demais e você terá como companhia apenas a saudade.

E de repente me pego sentindo saudades das saudades que nunca tive. Se não tive, era porque não merecia meu amor, por que não fez diferença entre tantas importâncias que dei na minha vida.
Se tivesse sentido saudades teria me incomodado a tempo de dizer ‘espera deixa eu tentar mais uma vez’.
Não sentir saudades não desperta dentro de nós a vontade intrínseca de tentar de novo, de fazer melhor. E é aí que o ser humano cresce, que percebe o quanto mudou, o que poderia ter feito de diferente.

Ahhh o amor...
Amor que dura a vida inteira, amor que vejo nos olhos de casais juntos há 60 anos. Olhos que se ligam, que falam mais do que mil palavras, olhos cúmplices de todos os pecados, todos os momentos. Olhos que quando se olham, me emocionam e fazem os meus chorar. Trazendo a tona as minhas curiosas lágrimas que querem assistir àquela tão bela cena, que invejam aqueles outros abrigos, aqueles outros olhos.

E aquele amor proibido? Que entra sem pedir permissão, que se envergonha por ter entrado sem explicação, mas que de um jeito que não sabemos como, se apodera de todos os cantinhos do nosso corpo. É como se esse amor jogasse um feitiço para que os cinco sentidos ficassem mais aguçados. Faz com que os olhos procurem o que não devem, as mãos apertem o desconhecido, tentando em 5 minutos aproveitar todo o tempo perdido. Mas então aonde é que estava a Vida em todos os outros momentos que não foram como esses? Esse amor faz com que tudo ao redor pare, faz com que duas pessoas sejam os protagonistas do espetáculo que acontece dentro de uma bolinha de neve. E o resto acontece literalmente em slow motion...ahhh como é bom sentir aquele friozinho na barriga e ser correspondido.

Amor diferente, sem igual, julgado pelos olhos sedentos por fofocas da sociedade, aquele amor sem porquês que não faz sentido. Aquela roupa que não combina, aquele jeito que não é como o seu, aquelas músicas que fazem seus ouvidos estranharem tamanha melodia descompassada que escutam. Amor passageiro.

Amor não correspondido, que tira seu sossego, que "atravessa o travesseiro, que revira pelo avesso", que mata nosso peito de ansiedade, que explode a vontade de encostar o outro na parede. Que faz com que até o branco do olho seja comparado mais uma vez tentando-se entender os porquês de ela...e não eu.

Amor adolescente, de beijo no meio da boca, de bilhetinhos na escola, de encontros as escuras, de mensagens na contracapa do caderno, da sorte no amor no papel da bala Freegells.

Amor tradicional, longos anos de namoro, noivado, papel passado e uma família Doriana. O casal que não briga, os filhos educados, o apê que parece capa de revista de decoração. Amor duvidoso.

Fecho citando o amor próprio, que floresce ou desaparece nos relacionamentos, o amor que tem força suficiente para te derrubar, mas também te tirar do fundo do poço.
O amor que te deu a chance de recomeçar sua vida, seja aos 20, 30 ou 60.

Então vejo que é esse amor próprio que faz com que o ser humano busque novos relacionamentos, que queira sempre mais, que te leva a loucuras de amor, faz com que você tenha mil histórias pra contar, mas que no final o único objetivo é amar e ser amado.

Deixo um convite para a reflexão: você já parou para pensar se a pessoa que está ao seu lado é a patrocinadora oficial dos seus frios na barriga? Ela que te dá os melhores beijos, te faz arrepiar inteiro, é a companhia que você quer dividir um sorriso na manha que acordar fazendo 80 anos? Ela que te acalma, que é seu porto seguro, que te apoia, que te faz crescer, que quer te ver lá em cima, feliz e realizado?

Think about it.