segunda-feira, 5 de março de 2012

Areia, mar e cuca fresca: minhas férias no Brasil.

Começo esse texto puxando a sardinha para o lado do Brasil. Conheço muita gente que faz trips internacionais e escreve minhas férias na Califórnia, Eurotrip, férias em Saint Tropez e por aí vai. Por que não Férias no Brasil? Andei estudando e vi que o Brasil utiliza apenas 5% do seu potencial de turismo. E mesmo tendo lugares lindos, o povo continua insistindo em pagar os tubos para passar uns diazinhos fora.

Pois então, vamos lá! Comecei minha brazucatrip no Rio de Janeiro. Não precisei ir tão longe para me certificar que tinha ido ao lugar certo. Paraty foi a primeira parada, fiquei na praia do Jabaquara, brincando com os cachorros da região, deitada na areia e nadando em seu mar de lama. Conheci a praia do Pontal, tropecei nas pedras do centro histórico construído por escravos, comi os doces caseiros típicos da região. Fiz passeio de escuna, vi e nadei em praias e ilhas lindas, pulei do convés do barco no meio do oceano, nadei com os peixes.

Ouvi muitas histórias diferentes, desde os donos gringos das pousadas que fizeram riqueza no Brasil, até simples paulistas que largaram suas vidas para morar na cidade e trabalhar nos quiosques de praia ou no cais. Dizem que basta pular a corda da entrada da cidade, beber a cachaça local e olhar para a lua, para que você se apaixone por Paraty. Acho que isso aconteceu comigo e eu adorei.

Falando com um rapaz que trabalhava em um quiosque, ele me contou que seguindo a trilha que dava na casa dele "ali, logo atrás de todas aquelas montanhas", encontrava-se uma praia paradisíaca que quase ninguém conhecia. Peguei a BR 101 e depois de 20 minutos, cheguei ao Areal do Taquarí, trilha a pé de 10 minutos e uma paisagem privilegiada.

O mais bacana, foi ao perguntar uma dica de cachoeira para visitar, eu e o meu namorado fomos indicados a falar com um cara. Tamanha hospitalidade do garoto, dia seguinte estávamos no carro dele, subindo as estradas a caminho dos picos mais irados da região.

Conhecemos a cachoeira do Tobogã, por conta do limo nas pedras, podíamos surfar de pé ou sentados a caminho de um poço natural de água bem gelada, depois fomos no poço do Tarzan, com pedras enormes de 12 metros que serviam de trampolim, e por último no poço dos Ingleses onde os garotos podiam se pendurar em um cipó e lançar seu corpo contra a água. Paisagens exuberantes.
Também pudemos degustar de cachaças locais, conheci e me apaixonei pela Gabriela cravo e canela, doçura com um toque indiscutível de cana, trouxe uma de lembrança.

Esse mesmo cara nos levou almoçar, apresentou novos amigos e encerramos a noite com um churrasco, trocando experiências na casa de um salva vidas da região.

No dia seguinte, também por indicação, fomos para Trindade, a partir da praia do Meio, pegamos um barco até uma piscina natural onde conhecemos 2 hips que passamos as próximas 3 horas conversando. Falamos sobre comidas vegetarianas, a vida nômade, a arte do artesanato, as campanhas políticas que se mostram interesseiras apenas quando convém, o fato de como a vida pode ser bem mais interessante quando desfrutada fora dos centros estressantes de São Paulo, famílias e suas relações e estilos de vida. A conversa me fez refletir sobre algumas escolhas que já fiz e ainda farei na minha vida.

Depois, por meio de uma trilha de intensidade média, como estava descrito, chegamos na praia do Cachadaço, única em sua cor e beleza, porém com a presença dos cabelos de Iemanjá sobre as ondas, forte demais!

Almoçamos com o pé na areia e seguimos rumo a praia do Prumirim, também linda e com uma piscina natural. De lá dormimos em Ubatuba, numa pousada em Itamambuca, curtimos a praia da região embaixo de uma sombrinha natural e vendo a dança das Marias Farinhas na areia. Depois praia Vermelha, lá, fiz uma brincadeira simples e sozinha, que valeu mais do que muitas seções de terapia, juntei e analisei cada conchinha que me rodeava. No fim, o barulho delas em minhas mãos, reproduziram uma melodia única que decifrava o que eu estava sentindo, pois era composta pelos pedacinhos do mar que eu mesma havia escolhido.

No dia seguinte, parti para a praia Almada, na minha opinião uma das mais bonitas. Espreguiçadeiras, ilhas lindas ao redor, um mar quente, tranquilo e refrescante, curti 5 horas de praia ao som de Beatles, Santana e Rolling Stones.

Passei na praia do Félix e me assustei com a quantidade de côcos jogados no chão. Alguém vai tirar aquela sujeira de lá? Ou só pensam em ganhar dinheiro com os gringos e deixam a sujeita para traz? Enfim, muitas sombras naturais bem agradáveis, o visual era lindo, valeu a visita.

Voltando, passei em Toque Toque Grande e em sua cachoeira, corajosa uma mulher que encostou seu carro na estrada, ficou feliz quando me viu (assim, ela deixava de ser a única mulher da região) e entrou na trilha atrás de mim. Passados alguns minutos, eu já ia embora e ela resolveu ficar, mesmo sabendo que a companhia era de mais 4 homens só de cueca da DERSA que se refrescavam por lá. Ela corajosa demais ou eu paulista demais? Fiquei pensando.

De lá, parti para praia de Maresias e sua beleza sem igual! Conversei com um cara da região que me disse que o mar está sempre com a qualidade de limpeza altíssima, era notável devido ao seu mar azul e sua areia limpinha. Passei dois dias por lá, treinei meu inglês com alguns alemães e ingleses, show de bola.

Então a viagem chegou ao fim. Depois de ver todas essas belezas, tenho certeza que moro num país abençoado por Deus e bonito por natureza.

Com certeza, valeu cada centavo e tempo investido.

Um comentário: