terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Bem me quer.

E cada vez mais eu percebo que relacionamento é um investimento.
Você destina seu tempo, sua atenção, seus 5 minutos entre um email e outro, suas férias, seus finais de semana e para os casados/ajuntados, a mesma cama, todos os dias.
Claro que vale mencionar os bons e os maus momentos que se está junto, existe uma parceria e uma cumplicidade que é difícil de desvencilhar. Mas aqui estou me referindo ao montante, a quantidade de tempo investida em cima de uma mesma 'coisa', mesma pessoa.

Vou comparar o relacionamento com um investimento e fazer a analogia a compra de uma casa, que também tem grande custo/impacto na vida das pessoas. Quando assumimos esse compromisso, nos dedicamos diariamente a cuidar, a trabalhar para que seus gastos sejam pagos e a zelar por ele, pois sabemos que lá será concebido o seio familiar ou pelo menos o passar dos seus dias por um bom tempo.

Temos esse cuidado com nossa casa, certo? Por ter nos custado dinheiro, representar uma conquista e ter um valor grande para nós.
O mesmo podemos dizer dos relacionamentos? Acho que não. Mas por que não tomamos os mesmos cuidados? Por que uma briga pode separar duas pessoas, por que um beijo e uma atração pelo sexo oposto (ou até mesmo sexo) pode ferir os sentimentos dos parceiros e mesmo assim vamos lá e o fazemos? Por que mentimos, nos enrolamos, temos conversinhas paralelas, escondemos e traímos a confiança do outro?
Acho que a resposta para muitas dessas perguntas é o egoísmo. Muitas vezes queremos satisfazer as nossas vontades e quando vimos isso prevaleceu na frente do que havia sido acordado, num compartilhar de sentimentos prévios.

Diferente da compra de uma casa que é praticamente uma ciência exata (quanto ganho, gasto, devo, guardo), o sentimento é exatamente o oposto, justamente porque contamos com o sentimento das outras pessoas e aqui envolvo outros atributos, como interesses, objetivos, ego, carências e expectativas para que seja possível construir uma relação.
Quantas vezes ouvi conselhos como 'esquece esse cara' e depois ouvi outra pessoa dizer para a mesma situação 'calma, tenta conversar de novo, tenta ajeitar as coisas'. Isso para mim revela a maturidade de levar a sério todos os tipos de investimento sejam financeiros, profissionais ou de relacionamento, e não abrir mão com tanta facilidade do que se ama. A maturidade está em saber conversar, saber relevar, saber distinguir o que realmente é sério e está intrinsecamente relacionado à maturidade de um relacionamento. Isso fará mesmo diferença daqui a um mês?

As vezes nos vemos insistindo em uma situação que já acabou, como meu pai diz, damos ‘murro em ponta de faca’. Nos dedicamos dia a dia dentro de um relacionamento, mas só quando a coisa aperta, conseguimos perceber que as vezes estamos ‘jogando’ sozinhos, apostamos todas as nossas fichas, mas nosso parceiro não aposta mais nenhuma.
Existem tipos diferentes de relacionamentos, não é? Já mencionei em outro texto, mas minha intenção naquele momento era falar de forma mais emotiva sobre as razões que nos levam a amar e ser amado de qualquer forma. Hoje estou mais fria, estou mais seca e isso me levou a tentar, mais uma vez, desvendar essas razões do amor.
Vale a reflexão de saber, com maturidade, a hora de parar.

Bom investidor é aquele que sabe parar quando percebe que seus negócios não valem mais a pena. Pára antes de se machucar e não é aquele que machuca sem nem se preocupar.
Sabe analisar os riscos, sabe gostar mais de si mesmo. Sabe conhecer, interpretar, sentir e pular fora quando preciso for.

"Vejo chorando por amor, menina-botão de flor quando conheceu o amor.
Se abriu, se mostrou, se fez bela, menina bela e agora és triste e não consegue entender porque a primavera se foi e levou seu amor.
Se sente sozinha em seu jardim, acha que o mundo acabou e quer se jogar ao primeiro roseiro que passar.
Não quer mais florir, dar o ar da sua graça, arrancar suspiros apaixonados, se mostrar bela com suas formas e cores radiantes. Com sua maturidade e delicadeza que lhe competem. Quer apenas hibernar e se render até a próxima estação...esperando a dor passar. Sem fazer o bem me quer com quer que for..."

3 comentários:

  1. Transcrevendo meu comentário no compartilhamento que fiz do seu texto: A incansável busca pela felicidade começa dentro de nós mesmos... texto reflexivo interessante... mas como a autora mesmo disse: ao invés de casas, são pessoas...rs o livre-arbítrio é maravilhoso e assustador ao mesmo tempo...

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  2. Odelito, pensamos igual! Pelo menos nesse assunto.
    O livre arbítrio é maravilhoso, desde que não machuque as pessoas que estão ao nosso redor.
    Fico feliz que tenha gostado do texto, outra vez fiz um mais suave, dê uma olhada quando puder: http://enviarereceber.blogspot.com/2011/09/amor-slow-motion.html
    Um beijo e obrigada pela visita!

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  3. Oi, Carol, li o texto indicado (adorei as descrição/classificações dos amores)e concordo contigo nessa questão e acredito que devemos nos policiar bastante antes de magoar uma pessoa, devemos ser sinceros com ela e com nós mesmos, e se vamos entregar nosso coração numa bandeja para alguém, que seja sincera a entrega e devemos ter consciência de que com sentimento não se brinca nem se menospreza, o amor próprio é importante sim, mas acredito que ele caminha lado a lado com os demais amores, e ao termos amor próprio, teremos amor ao nosso semelhante, assim, o que não queremos para nós, não faremos ao semelhante... é que as vezes, parece que temos os mesmo desejos, os mesmos gostos, sejam eles literários, musicais, cinema, esportes, porém, o tempo e o desgaste, por conta de situações vividas no cotidiano, ou nos fazem querer percorrer caminho diverso, ou nos unirá para sempre, pena que a primeira opção é a que mais acontece e quando nos damos conta, ou nos "blindamos" na busca da felicidade almejada, ou não damos a oportunidade para que outra pessoa tente nos fazer felizes... o amor/relacionamento é uma coisa complicada e que concordo com Einstein nesse sentido: "se os fatos não se encaixam na teoria, modifique os fatos..."rs POr isso disse que a busca pela felicidade começa em nós mesmo, pois, ao determinarmos o que realmente queremos, ou o que almejamos, faremos tudo para não falhar/decepcionar as pessoas das quais nos aproximamos no intuito de amar... vi outros textos seus e acompanharei seu blog, viu... vc escreve bem e com o coração, continue assim...Ah, pensei que pudesse comentar com meu perfil do face... meu nome é Odilon José e gosto muito ler sobre assuntos interessantes!!!!

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