Assim como outras aves, o pombo volta para seu ninho depois
de percorrer um determinado trajeto, fenômeno chamado ‘homing’.
Sabendo disso, em meados do século XIX, as raças belgas e inglesas foram
misturadas, a fim de extrair o mais selecionado pombo. E assim nasceu o pombo
correio, que podia percorrer até 1.000km por dia.
Os pombos foram uma das primeiras aves a serem domesticadas. Desde 4.500
a.c. é possível encontrar registros na região da Mesopotâmia.
Nessa época, já existia no ser humano a sensação de incerteza se o pombo
iria voltar ao seu ponto de origem ou não. Inicialmente as mensagens que eram
enviadas tinham como conteúdo notícias militares, comerciais ou
administrativas. Com o passar dos anos, mensagens de amor também passaram a ser
enviadas por este meio.
‘’Foi um pombo, por exemplo, que transportou a notícia do desfecho da
batalha de Waterloo, um combate decisivo que determinou o fim do império
napoleônico, após vinte e três anos de guerra entre a França e outros países
europeus.’’
Fazendo um paralelo com a tecnologia de comunicação que temos hoje, acho
que a mesma incerteza ainda ocorre.
A mensagem chegou? Meu interlocutor entendeu o que eu queria passar? A
conexão estava boa? O download foi completo? Infelizmente a arte da comunicação
não é certa, não é sempre racional ou compreensível.
Essa mesma incerteza ocorria em deixar uma mensagem à uma
ave que tinha seus próprios instintos e assim como o ser humano, poderia se
dispersar, perder o interesse e não mais voltar.
Ao nos comunicarmos, nossas palavras voam e levam uma mensagem, voam e não
sabemos se vão ou não atingir nossos objetivos. Não sabemos a repercussão exata
que causará no nosso telespectador. Não sabemos
o conjunto de pré conceitos que nossas palavras irão se chocar, no momento que saírem
da nossa boca.
Associo essa ato de levar mensagens do pombo correio com a expectativa,
tenho uma relação de amor e ódio com esse sentimento.
Amo, pois ele me instiga a viver a vida, a sentir o prazer da espera, a
observar o outro, a aprender com os detalhes. A curtir cada momento, a saborear
os diferentes gostos e prazeres da conquista.
Odeio, pois ele é o responsável pela minha frustração. Por
estar presente nas cenas quando é justamente o oposto dos meus desejos que se
concretiza. Por me deixar com uma sensação de vazio, por me deixar no nada.
É essa, é a mesma expectativa que estava presente há séculos, nas
mensagens do pombo correio.
E que sem elas, minha vida seria
apenas uma viagem sem propósito.
Mano, pirei nesse texto, adorei meeeeeeeeeeeeesmo.
ResponderExcluirBeijos.